As forças armadas dos EUA abandonarão completamente o Afeganistão até o fim de 2016, declarou o presidente Barack Obama. “Chegou a hora de virar a página da política externa dos EUA e sair dos velhos conflitos”.
O presidente precisou que a saída libertará recursos que permitirão melhor reagir às ameaças terroristas vindas de outras regiões do mundo. Ao mesmo tempo, os peritos consideram que Washington, na realidade, não está interessado numa retirada tão rápida das tropas e que a declaração de Obama é apenas parte do jogo político.
Atualmente, no Afeganistão encontram-se 51 mil soldados estrangeiros, incluindo 32 mil americanos. Segundo o plano de Obama, as suas operações militares ativas deverão terminar até ao fim do ano. Do contingente dos EUA ficarão 9.800 homens e mais 2-3 mil de países da OTAN. Durante 2015, esse pequeno número de militares irá ser reduzido a metade e, em 2016, a zero.
Obama está convencido de que, dentro de dois anos e meio, terá terminada a preparação das forças armadas e da polícia afegãs e de que os próprios afegãos conseguirão manter a ordem no país.
Isso é uma utopia, declara um perito paquistanês, citado pelo jornal Christian Science Monitor. Segundo as previsões dele, o vácuo na esfera da segurança será ocupado por extremistas. Mia Gul Wasiq, analítico de Cabul, tem uma opinião semelhante: “Os americanos não cumpriram a sua missão e não irradicaram o terror no nosso país. Cabul não está preparado para a retirada deles, o seu poder continua a ser fraco. No nosso país acontecerá o mesmo que no Iraque”.
Os americanos não conseguiram assim terminar a formação das forças armadas afegãs, que hoje só poderão ser assim consideradas com grandes reservas, defende Oleg Kulakov, professor da Universidade Militar da Rússia:
"Quanto à sua constituição, número e preparação, elas não correspondem às exigências que se colocam às forças armadas, nem às particularidades do estado afegão. Sendo os pachtuns 60% da população e tendo em conta o seu papel na solução dos problemas políticos, eles estão muito pouco representados nas forças armadas. Estas são constituídas, em 80-90%, de minorias nacionais. Isso cria perspectivas muito duvidosas de cooperação das forças armadas com o estado no futuro".
Para manter a estabilidade, seria preferível que as forças ocidentais se retirassem gradualmente, e não de forma tão brusca como propõe Obama. Por isso, fica-se com a impressão de que o plano por ele anunciado é uma resposta simétrica à renúncia de Karzai assinar o já preparado Pacto de Segurança, onde estão enunciadas as condições da presença de forças estrangeiras depois de 2014. O pacto faz parte de um acordo mais amplo que abre caminho para a presença praticamente ilimitada das bases militares dos EUA no Afeganistão.
Karzai deixou a assinatura (tal como a negociação das condições de assinatura) para o seu sucessor. E a declaração de Obama é dirigida, de fato, ao novo presidente do Afeganistão. O sentido é claro: se não concordas com a presença eterna de tropas americanas, nos retiraremos imediatamente e ficarás frente a frente com os talibãs.
O vencedor da segunda volta das eleições no Afeganistão: Abdullah Abdullah, não se apressa a comentar as perspectivas da assinatura do Pacto. Ele fez uma série de declarações sobre o Pacto, mas não disse claramente se o irá assinar. Declarações semelhantes foram feitas pelos outros candidatos. Abdullah Abdullah, enquanto diplomata experiente, falou de forma mais cuidadosa.
Hoje, um “grande jogo” acontece em torno dos prazos e condições da presença das tropas americanas. E a declaração de Obama é mais uma jogada nesse jogo. Cabul vai agora responder. E o mais provável é que ela não seja tão comum como a de Washington. Os jogadores de Cabul têm poucas figuras fortes no tabuleiro, mas os políticos afegãos já provaram mais de uma vez que eles são jogadores de xadres bastante habilidosos.
Fonte: Voz da Rússia
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