segunda-feira, 16 de junho de 2014

PRIMEIRA USINA NUCLEAR DO MUNDO CELEBRA SEU ANIVERSÁRIO


Há sessenta anos foi posta em serviço a primeira usina nuclear de produção de eletricidade no mundo – em 26 de junho de 1954 foi ativado o reator da Central Nuclear de Obninsk, a 40 km ao sudoeste de Moscou. Como e por quê a URSS se tornou pioneiro da energia atômica pacífica?

A ideia da utilização da energia atômica pairava no ar ainda nos começos do século XX. Dentro de algum tempo após o descobrimento da radioatividade o mundo científico deu-se conta da energia contida no núcleo do átomo, energia que em inúmeras vezes superava os volumes produzidos pelos combustíveis orgânicos comuns – petróleo, gás e carvão. Cientistas da Rússia, da Europa e dos Estados Unidos consideravam que a energia nuclear iria alterar a vida da humanidade, dando início ao “século de ouro” da nossa civilização. Mas, como aconteceu com muitos outros descobrimentos, o desenvolvimento da energia atômica foi impedido na altura pela Segunda Guerra Mundial, diz o diretor do Centro Internacional do Ensino Nuclear, Viktor Murogov:

“Cientistas, inclusive Albert Einstein, dirigiram-se a Franklin Roosevelt, propondo desenvolver com urgência armas atômicas, porque a Alemanha nazista já havia iniciado tais trabalhos. Em resultado, começou um desenvolvimento impetuoso da aplicação militar da energia nuclear. Foram criados reatores nucleares para a produção de plutônio destinado para a marinha submarina atômica”.

O surgimento de armamentos nucleares no fim da Segunda Guerra Mundial alterou radicalmente a orientação do desenvolvimento da energia atômica. Mesmo o reator da primeira usina atômica industrial no mundo em Obninsk, denominado AM-1, teve duas variantes da descodificação: “átomo pacífico” (sigla russa) na imprensa aberta e “átomo marítimo” entre especialistas. Inicialmente, a usina em Obninsk, além da produção de eletricidade, teve mais um destino puramente militar, servindo de base de treino para operadores de instalações energéticas nucleares em submarinos. Em geral, nos anos 50 do século passado, cientistas pensavam que usinas atômicas do futuro seriam bastante descomunais, acrescenta Viktor Murogov:

“Foi considerado que tais usinas não teriam chaminés, seriam de pequenas dimensões e receberiam combustível uma vez ao ano transportado em veículos. Cientistas supunham que seria possível construi-las debaixo de terra, que elas seriam invulneráveis no caso de guerras e em qualquer caso armazenariam plutônio militar”.

Mas a ameaça de guerra nuclear recuou e a usina nuclear de Obninsk alterou suas missões, transformando-se de um campo de treino para marinheiros de submarinos em um laboratório científico que deu à ciência nacional muitos conhecimentos práticos de grande valor, aponta Andrei Gagarinsky, conselheiro do diretor do Instituto Kurchatov:

“Foi necessário resolver o problema da resistência do combustível nuclear fazendo com que pudesse funcionar durante muito tempo, assim como o problema da segurança de contornos em que a energia atômica se transforma na energia térmica. Tudo isso foi desenvolvido em diferentes etapas e posteriormente aplicado em diferentes modelos. Os reatores construídos após o lançamento da usina de Obninsk foram parecidos com seu reator. Mais tarde, foram elaborados reatores mais modernos, mas a ideia da primeira usina nuclear estendeu-se para todos os vetores, dando enorme experiência de desenvolvimento de diferentes elementos do setor da energia atômica”.

A central nuclear de Obninsk serviu à ciência e ao ramo da energia nuclear durante 48 anos. Em 29 de abril de 2002 seu reator foi parado. Hoje, a usina é um museu memorial do setor atômico da Rússia. Enquanto antes só delegações oficiais podiam entrar em seu território, hoje cada pessoa pode visitar o local que pela primeira vez no mundo acolheu energia nuclear pacífica.

Fonte: Voz da Rússia

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