O Exército do Egito declarou estado de alerta em todo o país, horas após o general que encabeçou o golpe de Estado que depôs o presidente Mohamed Mursi convocar a população para ir às ruas.
Segundo a agência de notícias "Al Jazeera", os militares vão reforçar o número de militares nas ruas e províncias do país, em particular na região metropolitana do Cairo, palco dos protestos convocados para sexta-feira (26).
A mesma autoridade diz que, nas próximas horas, o Exército cercará "elementos armados e terroristas" na região de Sinai e decretará estado de "extrema emergência" nas fronteiras do país, para impedir a entrada de armas.
Pouco após o anúncio, uma autoridade de segurança afirmou que três pessoas morreram nesta quarta-feira (24) na península do Sinai, quando o carro-bomba que dirigiam explodiu antes que eles chegassem a seus alvos.
O objetivo do estado de alerta, dizem fontes do Exército à "Al Jazeera", é reforçar a segurança para as manifestações da sexta-feira (26). A segurança será reforçada principalmente em prédios, bancos e instalações militares, e as Forças Armadas prometem prevenir qualquer tentativa de "violência ou terrorismo".
Irmandade alerta para guerra civil
A Irmandade Muçulmana, grupo político de Mursi, afirma que as recentes atitudes do Exército são um prelúdio para mais confrontos sangrentos no Egito. O grupo prometeu ir às ruas na sexta-feira (26) para pedir a volta de Mursi ao poder, desafiando a convocação do Exército.
"O (grupo que orquestrou o) golpe militar disfarçado de manifestações populares agora convoca mais protestos, para abrir caminho para um banho de sangue e guerra civil", afirmou Gehad el-Haddad, porta-voz da Irmandade, em seu perfil no microblog Twitter.
Desde a deposição de Mursi da presidência do Egito, em 3 de julho, o país vive dias de protestos. As manifestações pela volta de Mursi ao poder são frequentes, e quase sempre acabam em confrontos entre grupos pró-Mursi e contrários à volta do político ao cargo.
O grupo Tamarod, um dos principais organizadores das manifestações que levaram à derrubada de Mursi, disse que estará ao lado do Exército e nas ruas na sexta-feira (26).
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