Celso Marcondes diz não entender porque Secretaria da Segurança reclamou
Por Lúcia Rodrigues
A entrada da Polícia Federal nas investigações do atentado à bomba ao Instituto Lula, que ocorreu na noite do dia 30 de julho, foi recebida com satisfação pelo diretor da instituição, Celso Marcondes. “Eu estranhei não ter entrado antes, porque se trata de um ex-presidente da República.”
O dirigente considera fundamental a rápida identificação dos responsáveis, para impedir que a impunidade sirva de motivação para outros ataques desse tipo. “Na medida em que não é apurado, fica aberto para dar exemplo para outros fazerem a mesma coisa, porque não acontece nada... Estamos muito revoltados com isso”, enfatiza, em uma clara alusão às investigações conduzidas até agora pela Polícia Civil.
Ele conversou com a reportagem da Caros Amigos na tarde deste domingo, 16, durante o ato, intitulado Jornada pela Democracia, que aconteceu ao lado da calçada onde foi arremessado o artefato explosivo que atingiu o portão do Instituto. “Se uma bomba é jogada no local de trabalho de um ex-presidente (da República), tem de investigar e punir os responsáveis. É inconcebível que não se tenha nada (de concreto) até agora. Tem as câmeras da CET (Companhia de Engenharia de Trafego), tem (as câmeras) de dois hospitais, tem (as câmeras) do comércio no entorno...”, critica.
Para Marcondes, trata-se de um ataque político. “Não foi um baderneiro que jogou uma bombinha de São João. Foi armado, foi preparado, foi orquestrado. Tivemos manifestações aqui em frente. (A polícia) tem de ver o Facebook das pessoas que vieram nos provocar.”
A reação negativa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que divulgou nota criticando a entrada da Polícia Federal no caso, surpreende o diretor do Instituto Lula. “Estranhei a reação da Secretaria de Segurança, porque (até agora) não deu nenhuma segurança para a gente de que o caso de fato está sendo apurado. Espero que (a PF) entre com todo rigor na apuração. Um ex-presidente da República tem de ter o apoio da Polícia Federal em um caso como este.”
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que não há competência federal para a entrada na investigação. “Essa determinação de apuração pela Polícia Federal é meramente política”, diz o texto.
Fonte: Caros Amigos
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