Estatísticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgadas nesta segunda-feira (14) apontam que no mundo, em atividades remuneradas, as mulheres ganham, em média, 24% menos do que os homens. Na América Latina e Caribe, elas ganham 19% menos e é rara a presença em cargos superiores de gestão.
A presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Lucia Rincon analisa esses dados e percebe uma queda na desigualdade de gênero.
De acordo com ela, alguns dados já apontaram uma diferença que variava entre 25% a 40% nas taxas de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Ainda assim, ela é cautelosa e defende que se faça um cruzamento de dados para que a tendência seja confirmada. “De qualquer maneira é preciso atribuir qualquer avanço do ponto de vista de muita luta das mulheres, da sociedade no campo da política e no campo jurídico também”, disse Lucia.
Segundo ela, o avanço nos dados anima as mulheres na militância do dia a dia. “Mesmo com as conquistas ainda é muito desigual. A mulher precisa estudar oito anos a mais que o homem para ocupar postos de poder”, ressaltou a presidenta da entidade feminista.
Por esse motivo, a dirigente aponta as várias frentes de luta, entre elas a estratégica luta no campo jurídico. “Se consegue igualdade na lei consegue na vida. Mas a aprovação de uma lei exige um estágio anterior de lutas nas ruas, no legislativo, na frente sindical, na propaganda”, avaliou.
IBGE
A Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada no último dia 4, apontou que no Brasil as desigualdades de gênero e racial caíram nos últimos dez anos.
"A situação das mulheres na sociedade brasileira melhorou nos últimos dez anos, embora as desigualdades em relação aos homens permanecem significativas", apontava o estudo.
Em relação ao rendimento, o estudo revela que houve diminuição da desigualdade de gênero nos últimos 10 anos. Em 2004, as mulheres ocupadas recebiam, em média, 70,0% do rendimento dos homens. Em 2014, essa relação passou para 74,0%. A maior diferença foi evidenciada entre mulheres em trabalhos informais, que recebiam em média 50% do rendimento daquelas em trabalhos formais. Entre os homens na mesma condição, a relação era de quase 60%.
Conjuntura
Lucia que também é historiadora e doutora em Educação alertou ainda para o momento de instabilidade política no Brasil com a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff tramitando na Câmara dos Deputados. “Os avanços que conseguimos só foram possíveis em uma sociedade democrática. A estratégia do capital tem ameaçado os direitos das mulheres no mundo inteiro e também no Brasil“, reiterou.
Fonte: Vermelho Org
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