O desemprego na Alemanha em 1932 chegou a 40% e criou as condições para que os nazistas ganhassem o poder nas eleições de Janeiro de 1933. Na mesma Alemanha, em 1923, a inflação chegou a muito mais que 1.000% ao dia e não causou quebra das instituições da República de Weimar e nem agitação de rua.
No ano seguinte, o economista Hjalmar Schacht, com um plano simples acabou com a hiperinflação, mas para acabar com o desemprego foi muito mais difícil em 1933, só a preparação bélica da Segunda Guerra é que fez a taxa baixar a zero.
A inflação é tolerável, o desemprego não. Programas dirigidos ao emprego precisam ser implantados com urgência, nenhum governo pode ficar impassível com o desemprego porque este é combustível de crise social e desta para a crise política que inevitavelmente leva à convulsão social e desta se segue um governo autoritário de salvação, que pode ser rotulado como DITADURA. A inflação ao contrário é curável por métodos relativamente simples, todos modelados em torno do Plano Schacht de 1923, copiado literalmente pelo Plano Real de 1994.
Como fazer um programa urgente contra o desemprego? Não havendo apelo ao consumo porque não há base real, não sendo possível rapidamente incrementar as exportações de manufaturados, sobra como única alternativa um programa de obras de infraestrutura em grande escala. Como financiá-lo?
O Brasil é um dos países mais financiáveis do momento, desde que se trabalhe nessa direção. É o maior país ligado ao mundo ocidental entre os grandes emergentes, em segundo lugar o México, os principais países do G-20 estão dispostos a financiar o Brasil desde que saibam para quê. Um programa de obras de saneamento, água, meio ambiente e energia renovável é amplamente financiável, DESDE que: 1. Existem projetos prontos para PPP 2. Não existam problemas complicados de licenciamento 3. Exista no Brasil uma plataforma ÚNICA E COM PODER dentro do Governo para coordenar esses projetos.
Não será difícil levantar 200 bilhões de dólares em fundos soberanos, nos bancos de fomento do Japão, Coreia do Sul, EUA, Canadá, União Europeia, países árabes, desde que o Brasil se apresente devidamente organizado para essa tarefa. Um programa desses empregaria direta e indiretamente 2 milhões de pessoas e seria um freio no desemprego.
O Brasil NUNCA fez um esforço real de captação de investimentos, com poucas exceções. Durante o Governo militar o empresário Mario Garnero fez um seminário em Salzburgo para atrair investidores estrangeiros novos para o Brasil.
Foi um sucesso absoluto, mais de 100 empresas vieram para o Brasil por causa desse seminário. Foi um seminário privado mas com total apoio do Governo. Nunca mais se fez coisa igual.
Em 1981 o Brasil estava à beira da quebra, precisava desesperadamente de dinheiro novo. O Ministro da Fazenda Ernane Galveas fez um giro pelo Oriente Médio com uma comitiva de empresários, levantou em 20 dias US$ 3,2 bilhões mas foi no esforço pessoal e na capacidade de convencimento, Galveas fala perfeitamente inglês e francês e era bom vendedor, foi uma viahem muito bem planejada, com encontros agendados com as pessoas certas, a receptividade aos brasileiros foi excepcional, dou meu testemunho porque estava junto.
O Brasil nunca mais fez esses "road shows", provavelmente nem sabe como fazer, mas esse é um caminho para relançar a economia parada, alguém do Governo precisa ter esse papel de caixeiro viajante, há enorme interesse pelo Brasil mesmo na crise mas o comando econômico hoje liga-se exclusivamente ao mercado financeiro de curto prazo, NÃO É DAÍ QUE VIRÁ DINHEIRO PARA DINAMIZAR A ECONOMIA. O BC tem diretores exclusivamente ligados ao curto prazo internacional, não tem ninguém, absolutamente ninguém que tenha uma percepção para ir atrás da enorme liquidez mundial de US$75 trilhões em fundos que não estão interessados em apostas cambiais, derivativos de índices e produtos típicos de curtíssimo prazo baseados em apostos e ganhos de spreads de um dia para outro. Esses fundos procuram países viáveis que tenham projetos de longo prazo a serem financiados. O diretor internacional do BC na última reunião do COPOM votou pela alta da Selic, esse cidadão mora ou morou muito tempo fora do Brasil, suas ligações são com o Canadá, para ele quanto mais altos os juros melhor, é claro que com desse tipo de cabeça não se destrava a economia mas é essa a cabeça hoje do comando econômico do País, com foco em agências de rating, carry trade, swaps cambiais e ponto.
Não há nenhum grupo de pessoas no Governo preocupadas com crescimento sem o que não se ataca o desemprego.
Para fomentar o crescimento há um longo caminho, a base são bons projetos, algo que o Brasil ainda pode fazer apesar da devastação da Lava Jato nos escritórios de projetos, o crescimento começa nos bons projetos e depois na venda deles a quem possa financiar porque modelo seja. Isso exige engenho e arte, não contadores e tesoureiros.
É preciso a qualquer custo evitar que o desemprego suba além dos 10 milhões dos demitidos de hoje, todo foco do Governo precisa estar nessa direção, o resto é detalhe.
Na História o desemprego crescente e sem perspectivas sempre acaba muito mal para a politica.
Fonte: Jornal GGN
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