A Operação Lava Jato tem produzido efeitos drásticos na economia, pois as principais empreiteiras do pais estão sob investigação paralisando diversas obras e gerando desemprego. Mas essas empreiteiras também são as principais doadoras das campanhas eleitorais e financiadoras de diversos partidos e estão com as torneiras fechadas para doações diante das delações e prisões.
Coincidência ou não, o PSDB vive uma verdadeira novela sobre o pagamento de uma dívida da campanha de José Serra à Prefeitura de São Paulo, em 2012, de R$ 17,1 milhões. A empresa de publicidade responsável pelas campanhas presidenciais do PSDB em 2006 e 2010, Campanhas Comunicação Ltda do jornalista Luiz González, entrou com ação da Justiça contra a legenda para cobrar a dívida referente aos serviços prestados em favor de José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2012.
Apesar de ter arrecadado um significativo montante com as doações das empreiteiras, o presidente do PSDB de São Paulo, deputado Pedro Tobias, disse que não vai pagar o rombo deixando pelo correligionário porque não reconhece o passivo como do diretório estadual.
O diretório nacional, comandando pelo senador e candidato derrotado Aécio Neves (MG), também se recusa a assumir a dívida. Segundo fontes da grande imprensa, Serra chegou a conversar com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para tentar chegar a uma solução para cobrir o buraco das contas, mas sem sucesso. Especula-se que o não pagamento da dívida também tem outro ingrediente: a disputa interna pela vaga de 2018 entre Serra, Aécio e Alckmin.
O presidente do PSDB de São Paulo disse que o problema é de José Serra e que o diretório não pode ajudá-lo porque o fundo partidário está bloqueado pela Justiça Eleitoral desde junho de 2014. "É impagável", diz Tobias.
A agência de publicidade, por sua vez, contenta essa afirmação e disse que vai apresentar ao Tribunal de Justiça um balanço patrimonial do PSDB de 2014 que prova que a sigla cometeu uma verdadeira pedalada. De acordo com a agência, o PSDB tinha dinheiro em caixa para quitar sua dívida, em dezembro daquele ano, cujo valor original era de R$ 8 milhões.
Levantamento da agência disse que na prestação apresentada ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), o PSDB de São Paulo encerrou 2014 com R$ 9,8 milhões em aplicações financeiras que foi remetido ao diretório nacional.
Fonte: Vermelho Org
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