terça-feira, 27 de maio de 2014

ESPÍRITO OLÍMPICO VENCEU TEORIA DE SUPERIORIDADE RACIAL DE HITLER


Neste ano, o Comitê Olímpico Internacional assinala o 120º aniversário. Os Jogos de 1936 em Berlim, então capital do Terceiro Reich, foram umas das competições mais sensacionais dos eventos olímpicos.

Quase um milagre aconteceu em meados dos anos 30 do século passado na Europa: a nova Alemanha, destruída pela Primeira Guerra Mundial e praticamente saqueada pelo Tratado de Versailles, se levantava do precipício econômico. Naquela altura, os europeus ainda não se deram conta do monstro que iria nascer a política do chanceler Adolf Hitler que aproveitou habilmente os sentimentos do povo alemão humilhado e levou o país pela via nacional-socialista. Naqueles tempos, o mundo viu na Alemanha um exemplo de ascensão extraordinária tanto na sociedade como na economia. Não resistiu também a esta imagem o Comitê Olímpico Internacional que decidiu organizar a Olimpíada de Verão em Berlim. Para os alemães, os Jogos transformaram-se numa verdadeira festa nacional, destaca Tatiana Timofeeva, professora da Faculdade de História da Universidade Estatal de Moscou e investigadora do movimento nazista:

“A Olimpíada provocou euforia entre os alemães. Jovens alemães praticavam com entusiasmo o esporte e eram muito contentes com que estes jogos iriam decorrer em seu país. O evento foi assimilado como sinal de confiança internacional na Alemanha, como destruição do bloqueio informativo e da atitude negativa”.

Foram também dominados por essa ilusão muitos atletas que participaram dos Jogos Olímpicos. Membros da seleção olímpica da França, que ainda não conheciam que dentro de quatro anos Hitler iria ocupar seu país, saudavam o caudilho com um “Sieg Heil”, acrescentou Tatiana Timofeeva:

“A Olimpíada foi interessante para todo o mundo que não via perigo no renascimento da Alemanha. Para caraterizar a euforia generalizada, basta dizer que os jogos foram de fato bem organizados e até esportistas franceses, que não tinham especiais simpatias em relação à Alemanha, passaram pelo estádio durante a cerimônia de abertura, levantando o braço em saudação nazista”.

Os nazistas, contudo, não conseguiram esconder detrás de lemas olímpicos suas verdadeiras convicções. Falhou mesmo o próprio Adolf Hitler. Após as provas, o líder nazista cumprimentava pessoalmente atletas vencedores, mas a teoria da superioridade racial germânica em relação a outros povos do mundo, que constituía uma base ideológica do Terceiro Reich, não lhe permitia apertar a mão a um representante da raça inferior, segundo se considerava na Alemanha nazista. Um dos atletas que não mereceu o aperto de mão de Hitler foi o esportista negro dos Estados Unidos, Jesse Owens. Mas o americano pagou na mesma moeda. Owens mostrou praticamente o preço das ideias nazistas, tendo conquistado quatro medalhas de ouro, aponta Olga Bogoslovskaya, campeã mundial de atletismo:

“Foram de fato resultados fenomenais. Ninguém na Europa esperava tal agilidade do atleta. Aquilo que demostrou na corrida e nos saltos em distância foi absolutamente fenomenal. Ainda é mais surpreendente a sua vida pesada e difícil antes daquelas vitórias. Possivelmente, é assim que se forma o caráter na vida, inclusive no esporte. A meu ver, é nomeadamente esse caráter que lhe ajudou nos tempos bastante complexos para a Europa demostrar sua própria força e tornar-se principal figura naqueles Jogos Olímpicos”.

Diz-se que após um recorde de Jesse Owens na Olimpíada de Berlim, Hitler não conseguiu dissimular sua irritação e abandonou a tribuna. Mas isso foi notado por poucas pessoas, porque todo o estádio, inclusive os convidados estrangeiros, admirados com a velocidade do atleta, e mesmo os próprios alemães aplaudiam o campeão negro.

Fonte: Voz da Rússia

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