segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

BRASIL: TREM-BALA: SERRA, A VANGUARDA DO ATRASO


José Serra se apresenta como a vanguarda do atraso e não como uma liderança do desenvolvimento brasileiro, com protagonismo na América do Sul.

Na manifestação anti-Dilma de sábado (6), o Senador eleito por São Paulo e ex-governador José Serra (PSDB) disse que merecia uma medalha por ter atuado contra o trem-bala. Completou com o seguinte juízo “É a proposta mais alucinada que um governo já fez”.

Nesta sexta-feira (5/12), o jornal "O Estado de S. Paulo" relatou que, em uma palestra informal, Serra admitiu ter pedido a inclusão de Campinas no traçado do projeto do trem-bala para poder atrasar o cronograma.

Durante a passeata, ele disse ainda que o PT é "o partido do atraso".

Vamos aos fatos.

Trem-bala é o termo pejorativo que ele utiliza para tentar ridicularizar o projeto do trem de alta velocidade – TAV Brasil.

Ao contrário da idéia que a fala do Serra tenta passar, os estudos relativos à ligação ferroviária Rio – São Paulo – Campinas não começaram repentinamente no governo Lula. Há uma história recente que precisa ser contada, ainda que de forma resumida.

Entre 1981 e 1987 foram realizados vários estudos sobre essa ligação Rio-SP, incluindo o Trem de Alta Velocidade - TAV.

Entre 1997 e 1999, o governo FHC realizou um estudo denominado “TRANSCORR RSC” com o objetivo de identificar investimentos para modernização do sistema de transporte no corredor Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas, no âmbito de um acordo de cooperação com o governo alemão, com recursos do KfW – Kreditanstalt fu%u008r Wiederaufbau.

Tal estudo, do “alucinado” governo FHC, com recursos do “alucinado” banco alemão, indicou a necessidade de implantação e detalhou um sistema de trens de alta velocidade como solução para o transporte de passageiros no corredor que serviu de referência para os estudos atuais. 

Em 2004, a empresa italiana Italplan desenvolveu estudo indicando a possibilidade de realização de um projeto de ligação ferroviária entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, sem paradas intermediárias, por meio de concessão à iniciativa privada.

Em 2008, foram contratados serviços de consultoria para estudar a viabilidade técnica, econômica e financeira do empreendimento, tendo como referência inicial os estudos do TRANSCORR.

Não existe, portanto, “proposta alucinada” dos governos Lula e Dilma, já que a institucionalidade do executivo federal e do Congresso, após muitos e exaustivos estudos, concluiu pela decisão de realizar o projeto.

Os argumentos que sustentam a importância do TAV Brasil são:

a) O transporte ferroviário de passageiros continua em grande atividade em muitos países, apesar da grande concorrência com o modo rodoviário. Na Europa e na Ásia, o sistema de trens de alta velocidade tem sido intensamente utilizado como fator de integração nacional. A importância dos TAVs pode ser percebida pela contínua expansão de rede de alta velocidade no mundo;

b) Em pouco tempo, essa dinâmica observada na Europa e na Ásia ocorrerá na América do Sul. Sendo assim, o Brasil, com o domínio dessa tecnologia, terá vantagem competitiva para realizar os projetos, obras e vender equipamentos para os países vizinhos, dinamizando fortemente a sua economia. A Embraer é um bom exemplo para fundamentar esse ponto.

c) Outras vantagens estratégicas:


• redução de impactos ambientais e emissão de gases poluentes em decorrência do desvio da demanda do transporte aéreo e rodoviário para o TAV;


• redução dos níveis de congestionamento e de acidentes em rodovias, por parte dos motivos expostos acima;


• postergação ou redução de investimentos na ampliação e construção de aeroportos e de rodovias;


• redução dos tempos de viagem associados à baixa probabilidade de atrasos;


• aumento do conforto e do tempo produtivo para os usuários.


Como se vê, não faltam argumentos para fundamentar a execução do trem de alta velocidade ligando Rio – SP – Campinas. 

Mas faltam argumentos que sustentem a sua não-execução, o que pode nos levar a crer que o discurso do Serra está mais para “dor de cotovelo” do que qualquer outra coisa, pelo fato de não ser o PSDB o condutor desse projeto e respectivas obras, que serão um marco histórico em nosso país.

Com essa fala de ontem, o Senador eleito José Serra se apresenta como a vanguarda do atraso e não como uma liderança do desenvolvimento brasileiro, com protagonismo na América do Sul e no mundo, na área de trens de alta velocidade, como já o é na fabricação de modernos aviões comerciais, executivos e militares.


(*) José Augusto Valente – especialista em logística e transportes

Fonte: Carta Maior

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