quarta-feira, 24 de junho de 2015

BRASIL: TRAJANO, UM PRESIDENTE DA AL A SERVIÇO DE BETO RICHA - COM VÍDEO


Na foto postada em suas redes sociais o tucano gabou-se: “este é o meu dia-a-dia”

Famoso por ostentar jovens assessoras, o parlamentar tucano presidente da Assembleia Legislativa do Paraná desperta a ira dos professores e blinda o governador de seu partido

O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, PSDB, postou recentemente em sua página pessoal do Facebook uma foto onde aparece sentado na cadeira presidencial cercado por três jovens assessoras. “Este é o meu dia-a-dia”, gabava-se na legenda. O postreplicou como rastilho de pólvora por blogs e redes sociais. O critério estético na hora da contratação não é novidade. Em seu mandato anterior, uma de suas assessoras, Cristiele Brunoski, foi eleita “Miss Calendário Kaiser” de 2011.

Ante uma enxurrada de críticas, correu para retirar a foto do Facebook. Não sem deixar registrado sua “profunda indignação” com tudo que aconteceu e por ter sido o “instrumento involuntário desse incidente lamentável”. Era tarde demais. 

A jornalista Amanda Audi, da Gazeta do Povo, de Curitiba, PR, o comparou com “os sultões e seus haréns” e lembrou que devemos sempre atentar ao que a imagem representa. “Trata-se da semiótica do homem poderoso (ele comanda o Poder Legislativo do estado e é atualmente o maior aliado do governador tucano Beto Richa) acompanhado por três mulheres jovens e bonitas ‘que lhe servem’”. O Fórum Popular de Mulheres lançou um manifesto de repúdio onde afirmou que “o que incomoda não é o fato da beleza nas mulheres, afinal, a competência independe de aparência física, mas exibi-las como troféu de seu gabinete e pela legenda tendenciosa”.

A história não é recente. M*, funcionária da Casa há 29 anos, afirmou que “por aqui sempre foi assim”. Segundo ela, um outro ex-presidente da AL vivia cercado por belas mulheres que chegavam ao cúmulo de amarrar o cadarço de seus sapatos.

Apesar de exercer seu sexto mandato consecutivo como parlamentar, Traiano nunca teve protagonismo político. Iniciou na vida pública como vereador e prefeito de Santo Antonio do Sudoeste, um pequeno município na zona de fronteira do Paraná com a Argentina.

Eleito deputado, sobreviveu à sombra do poder. Chegou ao ápice por força de uma articulação que impediu a eleição do deputado Ratinho Junior (PSC) à presidência da Casa. O filho do apresentador Ratinho foi o mais votado no último pleito com tal quantidade de votos que levou, sozinho, mais 12 deputados entre os 54 totais, e tornou-se o fiel da balança para os projetos de Richa. Seria um enorme risco deixar a Assembleia em suas mãos.

Traiano então caiu como uma luva. Além do gosto pelo poder, sua subserviência ao governador é absoluta. 

A prova foi a batalha contra os professores no dia 29 de abril, quando mais de duzentos servidores foram atingidos por bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e cachorros em plena praça. Instado a suspender a sessão a fim de evitar uma carnificina maior, manteve-se impassível e afirmou em alto e bom som que “lá fora, o problema é da segurança pública e não da Assembleia”.

Por sua obra, o pedido de impeachment impetrado por juristas, professores da Universidade Federal do Paraná e mais de 6 mil assinaturas de populares adormece na burocracia e nos regimentos internos. A instalação de uma CPI para apurar os indícios de corrupção na Receita Estadual também enfrenta problemas. Suas manobras regimentais fazem da Assembleia uma extensão do Palácio Iguaçu.

Traiano circula pelas ruas de Curitiba sempre protegido por seguranças. Sozinho, corre o risco de ser vaiado por onde passa. No sábado 13 de junho, em raro momento de descuido, dirigia seu Land Rover quando, num sinaleiro, encostou seu carro na traseira do que estava à frente. Ao descer, foi reconhecido e ofendido por um grupo de professores (assista o vídeo no pé deste texto).

Carta Capital tentou conversar por uma semana com o deputado Ademar Traiano. Repetidos pedidos foram feitos ao seu email pessoal, a assessores de seu gabinete e à presidência da Assembleia Legislativa. O deputado recusou-se a atender a reportagem. 

*M. falou a CartaCapital sob a condição de sigilo do seu nome.


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