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SÃO PAULO - O Prefeitura de São Paulo eleito, João Doria, modificou um item de uma carta-compromisso contra trabalho escravo, da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), do Ministério da Justiça, entregue a todos os candidatos. A princípio, apenas Luiza Erundina (PSOL) e Fernando Haddad (PT) haviam assinado o documento na íntegra. Após a publicação da notícia no site do Estadão, Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB) também assinaram o documento e afirmaram que irão enviar à comissão. Major Olímpio (SD) confirmou apenas o recebimento.
Ao final da carta, o texto original diz: “asseguro que renunciarei ao meu mandato se for encontrado trabalho escravo sob minha responsabilidade ou se ficar comprovado que alguma vez já utilizei desse expediente no trato com meus empregados”.
O candidato tucano alterou para “asseguro que serão tomadas todas as providências legais se for encontrado trabalho escravo sob minha responsabilidade ou se ficar comprovado que alguma vez já utilizei desse expediente no trato com meus empregados”.
A justificativa do advogado de João Doria, Anderson Pomini, é de que o texto apresentava redação “ruim e ilegal”. “O texto proposto se apresentava com redação ruim e ilegal, especialmente ao responsabilizar o novo prefeito eleito por eventuais falhas da administração anterior causadora de eventual trabalho escravo", afirmou.
Ao lado do presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, Ivan de Lima, em um evento na manhã desta sábado no Museu Afro Brasil, o candidato tucano alegou desconhecer o documento. “Não tem nenhuma procedência, não merece nem comentário”, disse.
A secretária de Direitos Humanos, Flávia Piovesan, disse ao Estado que prefere não comentar “candidato A, B ou C”, mas ressaltou que é “fundamental que todo aquele que se lança à vida pública tenha compromisso no combate pleno, absoluto e integral no combate a essa prática que é gravíssima aos direitos humanos”.
Justiça. O PREFEITO TUCANO também é alvo de ações na Justiça trabalhista, como revelou o Estado na quinta-feira. A empresa Doria Associados é processada por seis ex-seguranças que fizeram escolta pessoal do candidato e de sua família de 2012 a 2013. Os ex-funcionários pedem indenizações relativas a horas extras, salários, adicional noturno e verbas rescisórias não pagas.
A segurança de Doria era terceirizada e a defesa do candidato alega que ele pagava as notas que lhe eram repassadas e que foi a empresa Provise que deu “calote” e não pagou os funcionários.
Fonte: Estadão
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