A viúva do pedreiro Amarildo de Souza, Elizabete Gomes de Souza, registrou queixa por constrangimento contra a campanha do senador e candidato a Prefeitura do Rio pelo PRB, Marcello Crivella. De acordo com a viúva do pedreiro morto em julho de 2013, cerca de 12 homens que se identificaram como sendo da campanha de Crivella foram a sua casa, no alto da favela da Rocinha, zona sul, às 23h da última terça-feira (25). O objetivo seria o de gravar um depoimento dela para a campanha, com declarações contra o rival. O advogado da família, João Tancredo, afirmou que entrará na Justiça contra a campanha de Crivella por constrangimento e indução ao uso de drogas.
Em depoimento prestado nesta quinta-feira (27) na 11a DP, em São Conrado, ela afirmou que os homens lhe deram R$ 190 para ela comprar drogas antes da gravação do depoimento. Elizabete, dependente de drogas e álcool, teria deixado os homens em casa e teria comprado e usado cocaína.
A viúva disse que, se Crivella fosse eleito, ela teria quatro anos de salário mínimo e a reforma de sua casa na favela. Em troca, ela daria um depoimento que seria favorável a Crivella.
Um dos rapazes teria dito à viúva que Freixo e o advogado da família, João Tancredo, tinham roubado dinheiro de doações que seriam para a família. "Eu disse que não sabia disso, que o Marcelo Freixo e o doutor Tancredo sempre me ajudaram. Eu e minha família votamos no Freixo e vamos votar nele de novo", disse Elizabete. Os relatos foram publicados na Folha.
Crivella tem dito em sua campanha que Freixo e Tancredo, fundador do DDH (Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos), ficaram com dinheiro da viúva. O senador acusa o DDH de fazer doações de campanha a Freixo com dinheiro que deveria ter sido dado a família do pedreiro.
"Desde o início, a campanha tinha como objetivo ajudar a viúva e criar um grupo de estudos sobre desaparecidos no Rio. Mas o Estado não forneceu dados e o dinheiro do projeto foi repartido entre ONGs de direitos humanos. Tudo isso foi combinado com a família antes. Não teve roubo nenhum", disse Tancredo, que acompanhou a viúva na delegacia.
A campanha de Crivella, que ainda não levou ao ar o material gravado com Elizabete, disse que buscará a Justiça para esclarecer o caso. Em nota, a campanha negou as acusações. E confirmou que esteve na casa de Elizabete, mas a pedido da própria viúva.
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