O brilho dos paetês e da purpurina vai dividir espaço com carecas no
maior evento LGBT do país. Um grupo de skinheads "do movimento SHARP" pretende unir-se a punks e anarquistas no
desfile oficial da Parada Gay, que acontece no próximo domingo (2), na Avenida
Paulista.
A concentração do bloco Antifa, que reúne diferentes "ideologias"
contra o preconceito, acontece às 11h na esquina das avenidas Paulista e
Brigadeiro Luís Antônio.
A meta do bloco é
encerrar o desfile oficial. Para tanto, além das tradicionais botas militares,
suspensórios e cabeças raspadas, o grupo promete levar um carrinho de
supermercado com caixas de som entoando musica que eles gostam de ouvir.
"A diversidade também precisa aparecer na trilha sonora",
explica um integrante.
No Facebook, o grupo reivindica a "criminalização de delitos
motivados por intolerância homofóbica".
Para o ativista Bruno Maia, 31, conhecido como Todd Tomorrow, a
oportunidade fortalece o diálogo entre os movimentos sociais. "A
comunidade LGBT precisa saber que nem todo skinhead é homofóbico, racista e
contra estrangeiros", afirma.
No ano passado, o bloco precisou enfrentar a polícia para participar da
parada. "Eles queriam barrar o grupo. Só depois de muita conversa
conseguiram entrar", diz Todd.
A principal vertente
skinhead contra a homofobia chama-se SHARP (sigla em inglês para "skinheads contra o preconceito
racial"). Com integrantes gays e bissexuais, os "sharps" pregam
o retorno às origens da ideologia skinhead, criada na Jamaica, distante da
conotação fascista incorporada na década de 1980.
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