A estrela de Hollywood Angelina Jolie
criticou nesta segunda-feira o Conselho de Segurança da ONU por sua falta de
ação contra os estupros ocorridos em tempos de guerra, citando, entre outras
coisas, os conflitos na Síria e na República Democrática do Congo, em um
discurso surpresa ante os 15 membros do organismo.
Jolie disse que o Conselho da ONU
--formado por Rússia, China, Estados Unidos, França e Reino Unido-- deve
"mostrar determinação" para defender as milhares de vítimas de
agressões sexuais durante as guerras. "O mundo ainda tem de assumir os
estupros em zonas de guerra como uma prioridade", afirmou.
"O estupro é uma arma de guerra,
uma ameaça à segurança. Lutar contra a violência sexual é uma responsabilidade
de vocês", declarou ainda.
A atriz foi ao Conselho depois de
visitar campos de refugiados de sírios na Jordânia, onde relatou ter conversado
com uma mulher que foi estuprada na Síria e que tem medo de ser morta se
denunciar o crime.
Jolie também contou que em outra viagem
à República Democrática do Congo, havia conversado com a mãe de uma menina de
cinco anos, cuja filha tinha sido estuprada em frente a uma delegacia.
"As duas foram vítimas de uma
cultura da impunidade. Essa é a triste, preocupante e vergonhosa
realidade", declarou.
"Entendo que haja muitas coisas
difíceis a serem discutidas no Conselho de Segurança, mas a violência sexual em
conflitos deveria ser uma delas", acrescentou.
O Conselho adotou uma resolução que
condena o uso da violência sexual em conflitos. E o chefe da diplomacia
britânica, William Hague, disse que organizará uma nova reunião sobre o tema na
Assembleia Geral da ONU, que será realizada em setembro.
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