Os estudantes chilenos protestam nesta
quarta-feira e pararam a capital Santiago com dezenas de barricadas em chamas.
Eles também bloquearam os acessos a instalações de mineração, em uma
radicalização de seu movimento por uma profunda reforma educacional em pleno
ano eleitoral.
Cerca de 30
barricadas foram realizadas nas imediações de colégios e universidades de
Santiago, causando grandes engarrafamentos e um verdadeiro caos na hora de
maior movimento na capital chilena, de 6 milhões de habitantes.
Os incidentes mais
graves foram registrados nas imediações da Faculdade de Filosofia da
Universidade do Chile, onde houve confrontos entre pessoas encapuzadas e forças
especiais da polícia, que repeliram os ataques com jatos d'água e bombas de gás
lacrimogêneo.
O registro parcial
dos tumultos é de dez detidos, de acordo com a Polícia. De acordo com os
organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram da manifestação.
"Não são estudantes, são
delinquentes, extremistas e, nesta oportunidade, agiram de forma simultânea,
coordenada e preparada", disse o ministro do Interior e da Segurança,
Andrés Chadwick. "Já são anos de mobilizações e não recebemos resposta
alguma", disse a porta-voz dos secundaristas, Isabel Salgado, que exigiu a
renúncia da ministra da Educação, Carolina Schmidt.
O presidente
Sebastián Piñera também condenou a violência e anunciou o envio ao Congresso de
uma nova lei para combater as desordens públicas que dá meios à polícia de
identificar os manifestantes preventivamente.
A medida se soma a
outras propostas já enviadas por seu governo para deter encapuzados e
classificar como crime os insultos aos policiais. A nova iniciativa, segundo
Piñera, não pretende restringir as liberdades individuais, e sim "proteger
melhor a liberdade da imensa maioria dos chilenos".
REIVINDICAÇÕES
A jornada de
manifestação marca a radicalização dos protestos estudantis que começaram em
2011, em favor de uma profunda reforma do sistema educativo que se mantém como
herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Os estudantes
exigem educação pública, gratuita e de qualidade, uma reivindicação que o
governo atendeu parcialmente aumentando os créditos aos universitários para o pagamento
de mensalidades e ampliando as vagas gratuitas nas instituições de ensino.
A manifestação
desta quarta é realizada após uma grande marcha de estudantes organizada na
semana passada em Santiago e que terminou em violentos enfrentamentos com
policiais.
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