O Tribunal de Milão condenou nesta segunda-feira a sete anos de
prisão o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, 76, por prostituição juvenil e
abuso de poder. Ele foi considerado culpado por ter relações sexuais com a
marroquina Karima el-Mahroug, conhecida como Ruby.
Além da prisão, o ex-chefe de governo
ainda foi condenado ao banimento da política italiana até o fim de sua vida. A
decisão, tomada em primeira instância, ainda cabe recurso em outros dois níveis
--o Tribunal de Apelações e a Corte Suprema.
O ex-premiê italiano chamou de "violenta" a sentença
apresentada em Milão. "Pronunciaram uma sentença inacreditável, de uma
violência que não tinha sido vista até agora, para me eliminar da vida política
deste país", afirmou Berlusconi em um comunicado divulgado à imprensa no
qual adverte: "Resistirei a esta perseguição porque sou absolutamente
inocente".
Ele já foi condenado pelo mesmo
tribunal a quatro anos de prisão por fraude fiscal na compra superfaturada de
filmes americanos para uma emissora de televisão, mas a decisão foi suspensa
meses depois por uma instância superior.
No julgamento, os juízes
aceitaram as provas da Promotoria, que denunciou que Berlusconi fez sexo com
Ruby quando a jovem tinha 17 anos, um ano a menos que a maioridade na Itália,
durante uma das festas em sua casa de Arcore, ao lado de Milão, conhecidas como
"bunga bunga".
Inicialmente, ambos negaram as
acusações, que foram feitas por prostitutas que estiveram na celebração, mas,
em seu último depoimento, Ruby disse que mentiu sobre ter tido relações sexuais
com Berlusconi.
Ele ainda foi condenado por
exigir a liberação da adolescente quando ela foi presa por furto em uma loja.
Na época, Berlusconi justificou a soltura dizendo que a jovem era parente do
então ditador egípcio, Hosni Mubarak, mas depois se soube que era uma mentira.
Além do caso Ruby, Berlusconi
ainda responde a outros três processos na Justiça de Milão e mais um em
Nápoles. Em três dos quatro processos de Milão, ele foi condenado em primeira
instância a uma pena somada de 12 anos de prisão. Em todos os casos, cabem
recursos a instâncias superiores.
TESTEMUNHA BRASILEIRA
Entre as testemunhas do caso
Ruby está a prostituta brasileira Michelle Conceição. Ela afirmou em junho do
ano passado que Berlusconi pagou € 5.000 à marroquina para participar de uma
festa na casa do primeiro-ministro.
A brasileira disse ainda que
ela e Ruby estavam entre as prostitutas que seriam escolhidas para serem
levadas ao quarto. Após a disputa, o premiê escolheu Barbara Guerra, mas ela
saiu após ver que Berlusconi estava dormindo. Em seguida, a brasileira diz que
a marroquina entrou no quarto e fechou a porta. Ela diz que Ruby despertou o
ex-premiê e ele "fez tudo" com ela.
Na saída, o então mandatário
repartiu os envelopes com o dinheiro para as prostitutas e Ruby ganhou € 5.000.
"Ruby disse que queria colocar silicone nos seios, mas o presidente
respondeu. 'Não, você é tão bonita'. Para ele era como uma boneca. Ruby era
realmente uma menina e que ele gostava", afirmou à época, em entrevista ao
jornal "L'Espresso".
PROCESSOS
A primeira condenação foi a do
caso Mediaset, em que pegou quatro anos de fraude fiscal por superfaturar
preços de direitos de exibição de filmes comprados por uma empresa de sua
propriedade. Além da prisão, ele também foi condenado à cassação de seus
direitos político de três a cinco anos.
Os magistrados estimam em € 46
milhões (R$ 120 milhões) o montante desviado durante a fraude, entre 2000 e
2003. O julgamento começou em 2006, mas foi parado diversas vezes, incluindo o
período em que Berlusconi era chefe de governo.
A pena, no entanto, foi
revogada em 7 de março pelo Tribunal de Apelações. No mesmo dia, ele foi condenado
a um ano de prisão por violação do sigilo telefônico de uma ligação feita em
2005. O conteúdo da conversa foi publicado pelo jornal "Il Giornale",
de propriedade de seu irmão, Paolo.
A ligação foi feita entre o
presidente da seguradora Unipol, Giovane Consorte, e o líder do oposicionista
Democratas de Esquerda, Piero Fassino, em que os dois discutiam a possível
compra do Banco Nazionale del Lavoro pela seguradora, uma transação que não se
concretizou.
O conteúdo foi publicado pelo
jornal e usado contra Fassino, que era adversário político do ex-chefe de
governo na eleição parlamentar de 2006. A fita foi considerada um
"presente" para o então mandatário italiano, que venceu o pleito.
Na cidade, ele ainda é
processado por obstrução à Justiça. Em Nápoles, Berlusconi é acusado de
subornar o senador Sergio De Gregorio, que teria recebido € 3 milhões (R$ 7,8
milhões) para deixar o pequeno partido Itália dos Valores logo após a eleição
parlamentar de 2006, e juntar-se à centro-direita.
De Gregorio admitiu ter
recebido dinheiro e os promotores pediram para ele ser julgado ao lado do
ex-premiê. Sua deserção minou o governo do então primeiro-ministro Romano
Prodi, que tinha uma tênue maioria parlamentar, e contribuiu para seu colapso
em 2008.
Fonte: Folha de S.Paulo
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