Antecipando em 24 horas a paralisação geral dos trabalhadores, programada pelas centrais sindicais para o dia 11 de julho, o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, anunciou na noite desta sexta-feira (28) a paralisação nacional da categoria no dia 10 de julho.
A principal reclamação do setor é o fato de a lei dos portos, regulamentada nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff, não obrigar os novos portos privados a contratar trabalhadores vinculados ao OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra), entidade que cuida do registro e do treinamento dos funcionários da categoria, entre outras funções.
O anúncio de paralisação foi feito pelo dirigente sindical logo após o término da plenária que reuniu nesta quinta e sexta-feira, em Belém (PA), lideranças sindicais e dirigentes das três federações de trabalhadores portuários - FNE (Federação Nacional dos Estivadores), FNP (Federação Nacional dos Portuários) e FENCCOVIB (Federação Nacional dos Conferentes, Consertadores, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco e Arrumadores de Carga).
As entidades calculam que cerca de 25 mil estivadores que trabalham em portos estatais parem no próximo dia 10.
Segundo o dirigente, o objetivo das lideranças é levar o movimento para as áreas dos portos e suspender as atividades.
"Faremos um ato pacífico, ordeiro, coeso e sobretudo consciente, e vamos mostrar para a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e para o secretário que não é ministro, Leônidas Cristino (Secretaria Especial de Portos), a insatisfação e a força dos estivadores".
De acordo com o sindicalista, o novo marco regulatório representa um retrocesso para o seguimento.
"A forma obscura com que se deu a formatação dessa lei, sempre na calada da noite e sem a participação dos trabalhadores, não poderia resultar em algo positivo e isso ficou evidenciado através da bagunça que foi a tramitação e a votação no Congresso".
PORTO DE SANTOS
A indefinição do plano de cargos e salários poderá resultar na paralisação das atividades da Autoridade Portuária e, por consequência, do Porto de Santos. A proposta de greve será discutida na noite da próxima terça-feira (2) em assembleia conjunta convocada por nove sindicatos de empregados da empresa.
Segundo o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, a paralisação é dada como certa pelos corredores da estatal portuária.
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