sexta-feira, 28 de março de 2014

MARKETING ESTIMULA ZOMBARIAS MUNDIAIS DAS BRASILIDADES


As idiossincrasias podem ser virtudes e defeitos. Elevadas ao paroxismo, viram motivos de zombarias num caso ou no outro. É o que está acontecendo com a imagem do Brasil e do brasileiro, quando o estilo e comportamento particularmente desregrados e liberais – ou liberalizantes? –, são vistos definitivamente como os únicos e exclusivos a darem contornos aos traços culturais. Que ninguém se queixe, portanto, do imaginário coletivo sobre as brasilidades.

O manual de 10 conselhos da Fifa destinados aos estrangeiros que virão à Copa, com pérolas como “sim pode significar talvez” e "brasileiro é fura-fila", estão dentro do padrão. O mesmo acontece quando um jornal croata estampa uma bunda feminina com o título “Estamos aqui” referindo-se à classificação da seleção nacional.

Estereótipos de mau gosto são comuns vistos de qualquer lugar. A questão é se e como são vendidos. No caso brasileiro, exacerbadamente. O marketing nacional institucionalizado vende descaradamente alguma apelação e se omite também descaradamente ante outras, quando não as deixa resvalar distraidamente – ou propositadamente –, nas campanhas promocionais ufanistas internas e externas.

Os franceses são tidos como mal-educados, não gostam de banho e as mulheres não depilam o sovaco; a Itália é tão anárquica e corrupta quanto o Brasil; os americanos são vistos comoserial killers e ignorantes, capazes de errar até o nome da sua capital. Nessa interminável corrente de impressões, muitas verdadeiras, que alcançaria o mapa-múndi, obviamente nunca se viram as digitais do marketing (ativo e passivo) dos próprios países.

Superficiais, porque não relativizam com os contextos que moldaram essas culturas, e tolas porque não significam nada diante das muitas qualidades dos países, essas generalidades não marcaram definitivamente seus povos como um todo. Não foram estimuladas de dentro para fora, digamos.

No Brasil, ficou impregnado esse tipo de visão, como se fosse comum a todos os brasileiros.

Desnecessário alinhar todos os exemplos que nunca foram combatidos e, sim, de certa forma estimulados, frisa-se novamente.

O mais notório: quando se vende as belas praias e o Carnaval, em primeiro plano, inexoravelmente, há um par de nádegas e de seios de silicone.

Com o tempo, ficou estabelecido que uma brasileira sozinha, desembarcando em algum aeroporto europeu, vai sempre estar sob suspeição das autoridades como sendo “mais” uma prostituta chegando, ainda que haja muitas, é verdade. A sensualidade da mulher brasileira virou sinônimo de luxúria e lascívia.

Somado ao preconceito com tudo que existe abaixo da linha do equador, o prato logicamente está servido.

Também não é regra que o conjunto da obra seja observado sempre negativamente pelo mundo. Há o lado lúdico, especialmente entre aqueles que escolhem o Brasil para viver, que é apreciado, geralmente em contraponto com a rigidez das raças caucasianas.

Juan Arias, correspondente do El País, resumiu expressivamente esse sentimento na página brasileira do jornal espanhol (25/03), ao criticar os mandamentos da Fifa: “O sentido lúdico da vida não é um pecado, pode ser a melhor válvula de escape para os trancos e amarguras da vida, o que desgraçadamente atinge milhões de brasileiros, mas que eles, com a sabedoria ancestral africana e indígena que corre em suas veias, sabem como poucos deixá-la mais doce”.

Mas essa espécie de vergonha alheia, caro colega, não elimina a realidade: o Brasil e os brasileiros é que sentem na pele a falta de seriedade com que são levados.

Fonte: Voz da Rússia

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