Até o momento, a Libéria é o país onde foram registradas mais mortes por causa do ebola
A OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu nesta segunda-feira que o vírus ebola está se espalhando "exponencialmente" na Libéria e que "milhares" de novos casos são esperados nas próximas três semanas.
Segundo a agência da ONU, métodos convencionais para controlar o surto que já matou pelo menos 2,1 mil pessoas "não estão tendo o impacto adequado".
O surto atinge principalmente o oeste da África. Além da Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria já registraram mortes.
Apenas na Libéria, até a última sexta-feira, 1.089 pessoas de um total de 1.871 diagnosticadas já morreram, o maior índice dentre os países afetados.
A Libéria também é onde o maior número de casos foi registrado.
Esforços
Para a OMS, é preciso triplicar ou até quadruplicar os esforços no país e em outras nações africanas para enfrentar de forma adequada a doença.
A organização ainda destacou a situação no condado de Montserrado, onde eram necessárias 1 mil camas para atender aos pacientes com ebola.
Mas, como somente 240 estavam disponíveis, muitas pessoas não podiam ser aceitas nos centros de tratamento.
Segundo a OMS, os táxis usados para transportar os pacientes infectados pelo vírus parecem ser uma "fonte importante da transmissão do ebola".
O vírus se espalha pelo contato direto com sangue contamidado, fluidos corporais ou órgãos, e também indiretamente, pelo contato com ambientes contaminados.
A epidemia atual tem uma taxa de mortalidade de 55% dos pacientes infectados.
Ajuda
Esforços precisam ser multiplicados para conter a epidemia, disse a OMS
Para conter a epidemia, a maior já registrada, os Estados Unidos e o Reino Unido planejam enviar tropas para o oeste da África.
Segundo o presidente americano, Barack Obama, os militares ajudarão a estabelecer zonas de isolamento e a garantir a segurança dos profissionais de saúde.
Uma nova clínica com 25 camas será criada pelos americanos na Monrovia, capital da Libéria, para tratar os médicos e enfermeiros que foram contaminados durante seu trabalho.
Uma vez construída, a clínica será gerida pelo governo liberiano.
"Essa não é uma luta só da Libéria", disse o ministro de Informação do país, Lewis Brown. "É uma luta da comunidade internacional que deve ser travada de forma muito séria e com todos os recursos possíveis."
Cura
Na tentativa de acabar com a epidemia do ebola, a OMS passou na última sexta-feira a recomendar a adoção de tratamentos que envolvam o uso do sangue de pessoas curadas.
O corpo humano consegue produzir os anticorpos necessários para combater uma infecção causada pelo ebola.
Assim, em teoria, os anticorpos que já fizeram efeito em um sobrevivente da doença podem ser transferidos pelo sangue para um paciente doente, ajudando o sistema imunológico dele para resistir ao vírus.
Não há dados em grande escala sobre a eficiência de uma terapia com sangue, já experimentada no passado.
Estudos feitos em um surto do ebola em 1995 na República Democrática do Congo indicaram que sete de um total de oito pessoas sobreviveram à doença após terem recebido um tratamento usando sangue de pessoas que sobreviveram ao mal.
Vacina
Ao mesmo tempo, remédios experimentais, como o Zmapp, que já foi usado em sete pacientes, estão em testes.
Também está sendo testada nos Estados Unidos uma vacina contra o ebola.
Os testes devem ser estendidos para outros centros no Reino Unido, em Mali e em Gâmbia nas próximas semanas.
A OMS disse que os dados de segurança necessários para aprovar a vacina estarão prontos até novembro e, caso ela se mostre segura e efetiva, poderá ser usada no oeste da África imediatamente.
Fonte: BBC Brasil
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