Todas as noites, na praça Vermelha, ao som dos carrilhões, começa um grandioso espetáculo. Mil e quinhentos músicos e artistas de dezenas de países interpretam melodias de diferentes épocas e estilos: desde marchas militares a conhecidas canções ligeiras.
É o festival de música militar Torre do Salvador, que se realiza em Moscou pela sétima vez. O espetáculo diário junto dos muros antigos do Kremlin junta dezenas de milhares de espectadores. Entre os preferidos do público estão os monges da província chinesa de Hubei.
Os participantes da China podem ser considerados “veteranos” do festival Torre do Salvador. Entre os participantes dos anos passados estão os monges do Mosteiro de Shaolin, grupos folclóricos de diferentes províncias da China. Os monges de Wudang encontram-se pela primeira vez na capital russa. Trata-se de um coletivo jovem, cujo membro mais velho tem 25 anos. Nos intervalos entre espetáculos na praça Vermelha, os artistas chineses fotografam-se de boa vontade com os visitantes e, debaixo de entusiásticos aplausos, mostram elementos da arte marcial chinesa Tai chi chuan. Segundo Yuan Qiag, ele sente-se em Moscou como em casa:
“Participamos pela primeira vez num festival tão grande. Claro que participar nele é muito agradável e emociona cada um. Antes de cada espetáculo, preparamo-nos, afinamos os movimento até ao segundo. O tempo de Moscou cria complicações. Chove todos os dias. Os paralelepípedos estão muito escorregadios, podemos escorregar facilmente e cair. Sabemos que, na Rússia, hoje há muita gente que pratica kung-fu. E isso alegra-nos. Também constatámos que o Tai chi chuan é muito popular na Rússia. Durante os espetáculos nos parques da cidade, as pessoas aproximam-se e começam a repetir os nossos movimentos”.
Os espetáculos na praça Vermelha começam às 8 da noite. Os primeiros a atuar são artistas que reconstroem acontecimentos militares do início do século passado, pois o atual festival Torre do Salvador é dedicado ao centenário do início da Primeira Guerra Mundial. Ao longo da tribuna marcha a infantaria russa, os soldados são seguidos de carroças sanitárias, os feridos são acompanhados por enfermeiras de campo.
Assim se esgota o tema militar dramático e, a seguir, começa uma alegria desenfreada. A orquestra de gaitas de foles e tambores da Irlanda conquista os espectadores quando interpretam a “Katyusha” russa. Artistas do México incendeiam a praça Vermelha com ritmos quentes e cores vistosas de um carnaval latino-americano. A Rússia é representada por artistas de bailado, ginastas circenses e equilibristas. Quase no final vêm os truques acrobáticos fenomenais dos monges de Wudang.
Durante os sete anos da sua existência, o festival de música militar Torre do Salvador tornou-se uma curiosidade cultural da capital russa. Este ano, prolonga-se por 11 dias: de 30 de agosto até 7 de setembro. Os bilhetes para o espetáculo não são baratos. Mas há uma saída. Os que não conseguem apreciar o show noturno na praça Vermelha, podem ver os espetáculos grátis de dia nos parques da cidade. No fim de cada dia do festival pode-se assistir a um show de luzes e a fogo de artifício junto das muralhas do Kremlin ao som da música de orquestras de países participantes.
Fonte: Voz da Rússia
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