Pyongyang havia instalado
plataformas de lançamento na costa leste do país. Regime sinaliza com redução
no nível de tensão na península
SEUL (AFP) - A Coreia do Norte removeu dois mísseis de plataformas
de lançamento da costa leste do país, informaram oficiais americanos,
sinalizando uma redução no nível de tensão na península, apesar do regime norte-coreano
ter feito novas ameaças contra o vizinho do Sul.
Os mísseis Musudan estavam
preparados para o disparo a qualquer momento, mas "eles foram
removidos", disse um militar dos EUA, que pediu para não ser identificado.
Dois mísseis do tipo Musudan haviam
sido deslocados para a costa leste da Coreia do Norte em meio a uma série de
ameaças de guerra nuclear por parte do regime de Pyongyang. Estados Unidos,
Coreia do Sul e Japão temeram um disparo de teste por ocasião do feriado
nacional de 15 de abril.
Japão e Coreia do Sul avançaram
suas defesas antimísseis, enquanto Washington enviou para a região dois
destróieres equipados com armamentos antimísseis e um poderoso radar. Mas a
Coreia do Norte não executou o disparo e reduziu o nível dos ataques retóricos.
O porta-voz do Pentágono, George
Little, observou uma mudança no discurso da Coreia do Norte e disse aos
repórteres nesta segunda-feira 6 que a "pausa nas provocações" foi um
desenvolvimento positivo.
Segundo fontes americanas, a
retirada dos mísseis afasta a possibilidade de um ataque iminente, já que
Pyongyang teria de fazer novos preparativos para recuperar seu status de
"pronto para disparo".
O anúncio aconteceu na véspera da
visita a Washington da presidente da Coreia do Sul, Park Geunhye, que será recebida
na Casa Branca nesta terça-feira pelo presidente Barack Obama. Os governos de
Washington e Seul pretendem reforçar a aliança estratégica.
"Sim, os faríamos pagar. É o
momento de acabar com este ciclo", disse a presidente Park em referência à
resposta do país a um possível ataque do Norte, em uma entrevista ao canal
americano CBS.
Apesar dos sinais de trégua, a
Coreia do Norte ameaçou nesta terça-feira 7 adotar represálias imediatas se
"apenas" uma bomba cair em seu território durante os exercícios navais
conjuntos entre EUA e Coreia do Sul.
A mínima agressão significará que
as ilhas fronteiriças da Coreia do Sul serão envolvidas em um "mar de
chamas", adverte um comunicado do comando sudoeste das Forças Armadas
norte-coreanas.
Os exercícios de artilharia com
munição real na zona de fronteira do Mar Amarelo são uma tentativa de converter
as tensões existentes em uma "guerra real", afirma a declaração
difundida pela agência estatal coreana de notícias (KCNA).
As tropas norte-coreanas
presentes nesta região receberam ordens de adotar "medidas de resposta
imediata se apenas uma bomba" atravessar a fronteira.
Coreia do Sul e EUA realizam até
a próxima sexta-feira uma série de exercícios anti-submarinos na zona da
fronteira marítima, com a participação do submarino nuclear americano USS
Bremerton, entre outras naves.
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