É
um dos passos mais significativos no acordo entre o Governo de Ancara e o líder
dos rebeldes curdos, Abdullah Öcalan.
Cerca de dois mil combatentes do Partido dos Trabalhadores
do Curdistão (PKK) começaram a sair da Turquia em direção ao Iraque,
atravessando, a pé, a zona montanhosa da fronteira.
A retirada, anunciada em Março, deveria começar no início de
Maio. “Sabemos que eles começaram a movimentar-se”, disse Selahttin Demitras,
um político pró-curdo envolvido no processo de paz, à agência francesa AFP.
A saída dos guerrilheiros do PKK é o primeiro sinal concreto de sucesso
nas conversações de paz entre Ancara e o movimento rebelde curdo. Mais de 40
mil pessoas morreram na violência associada a este conflito separatista.
O PKK deverá ter cerca de dois mil combatentes dentro da Turquia, e a
retirada completa pode ainda demorar vários meses. Outros combatentes –
entre 2500 e 5 mil, conforme as fontes – estarão já no Iraque.
Um porta voz do PKK, Bakhtiyar Dogan, disse antes ao diário curdo Hawlati que
entre 200 e 500 combatentes começariam a retirada nesta quarta-feira. Deixariam
as zonas de Semdinli e Sirnak "em três frentes", acrescentou.
Enfrentam agora uma travessia de semanas até chegarem às montanhas Qandil, no
Norte do Iraque.
Uma retirada semelhante em 1999 acabou por falhar após um ataque do
Exército turco, que matou 500 combatentes. Em Janeiro, o primeiro-ministro
turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu que desta vez isso não aconteceria. E os
combatentes garantiram também que não renegariam o acordo feito pelo seu líder, Abdullah
Öcalan, nas conversações clandestinas que manteve a partir da prisão com
Erdogan, que se tornou o primeiro líder turco a negociar de modo aberto e direto
com o "inimigo n.º 1" da Turquia.
Ainda assim, havia desconfianças: o PKK tinha avisado na véspera que à
mínima provocação pararia a movimentação dos seus combatentes, notando ainda
uma grande presença de aviões-espiões na terça-feira. Mas, segundo a Reuters,
nesta quarta-feira os céus estavam limpos.
Apesar de ter havido alguns incidentes violentos menores também na
terça-feira, e do potencial que ainda se mantém – os combatentes curdos dizem que não desarmam
antes de terminarem a retirada, e Erdogan tem posto a tónica na necessidade de
desarmamento – há razões para optimismo.
Huseyin Bagci, professor de Relações Internacionais na Universidade
Técnica sublinhou à Al-Jazira que há uma forte vontade política de ambos os
lados. "Precisamos de uma Turquia politicamente estável neste momento, em
especial após a Primavera árabe. Nos próximos meses não haverá confrontos na
Turquia. Vai haver paz e desenvolvimento económico", disse. "Para os
curdos, os próximos anos vão trazer mais benefícios sociais e menos opressão
militar. Vão ter melhor educação e infra-estruturas – os curdos vão ser os
vencedores em termos económicos e políticos no futuro".
Há quem avise, no entanto, que o processo pode não terminar se Ancara não
adoptar medidas de reconhecimento de direitos da minoria curda.
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