O shopping Pátio Paulista foi fechado na noite desta quinta-feira
durante o protesto contra o aumento das tarifas de ônibus. A manifestação
terminou em confronto na região da avenida Paulista, no centro de São Paulo.
Segundo a assessoria do shopping,
o centro comercial fechou por volta das 21h10 --50 minutos antes do normal--,
quando um grupo de manifestantes entrou no local e acabou danificando um dos
dois carros que estavam expostos na entrada, como parte da promoção de Dia dos
Namorados.
Todos os acessos ao shopping
foram fechados. As pessoas que estavam no centro comercial foram orientadas a
sair pela entrada na rua Maestro Cardim. Já quem tinha o carro no
estacionamento e não estava no local pôde entrar pelo mesmo local para retirar
os veículos.
Além do shopping, outros
estabelecimentos da região da Paulista também fecharam as portas devido ao
confronto. "Aqui não vai entrar", disse o funcionário de um bar, com
um ferro na mão. "A PM não faz nada. Tem que descer a borracha",
afirmou ele.
Segundo a Polícia Militar, os
manifestantes atearam fogo em caixas de madeira em três pontos da 23 de Maio,
quebraram placas de sinalização, invadiram o terminal Bandeira e picharam
ônibus. Houve ainda atos de vandalismo contra ao menos uma banca de jornal na
Paulista. Parte das bancas foram destruídas e revistas e jornais foram
espalhados pela calçada.
Organizadores disseram que parte dos manifestantes pichou alguns
estabelecimentos e ruas durante o protesto, mas argumentou que não era possível
controlar toda a multidão. Segundo eles, cerca 6.000 participaram do protesto.
Já a PM aponta que eram cerca de 2.000 manifestantes.
Para conter o movimento, a PM usou gás lacrimogênio e tiros de bala de
borracha já na avenida Paulista, o que provocou correria. Os organizadores
apontam que ao menos 30 pessoas ficaram feridas.
REAJUSTE
As passagens dos ônibus, metrô e dos trens da CPTM (Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos), que eram R$ 3, foram reajustadas para R$ 3,20 no
último domingo (2). O reajuste foi de 6,7%. No caso do ônibus, cujo valor da
passagem não era corrigida desde janeiro de 2011, o valor ficou bem abaixo da
inflação acumulada no período.
O IPCA, medido pelo IBGE e base da inflação oficial, acumulou 15,5%
desde o último aumento da tarifa. O IPC, da Fipe-USP, 12,8%. Os índices foram
calculados até abril --os números de maio não foram fechados.
No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de
2012. Desde então, o IPCA acumulou 7,8%, e o IPC, 5,9%.
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