quinta-feira, 13 de junho de 2013

SEM AJUDA EXTERNA, REBELDES SÍRIOS FABRICAM SUAS PRÓPRIAS ARMAS

 
 
Os trabalhadores chegam à noite e assumem suas posições diante do torno. Em pouco tempo começam a voar faíscas e aparas metálicas, enquanto cresce a pilha dos objetos produzidos: bombas improvisadas de morteiro para serem disparadas através de canos resgatados de tanques do exército sírio destruídos.
Em todo o norte da Síria, oficinas de rebeldes, semelhantes a esta, fazem parte da rede clandestina de instalações primitivas de produção de armas, uma das características de uma guerra militarmente desigual.
Os produtos que saem das oficinas --granadas de mão, suportes para metralhadoras, foguetes, bombas de morteiro, bombas improvisadas e os explosivos de fabricação local colocados em seu interior-- ajudam a formar o arsenal de uma força guerrilheira que sofreu reveses sérios este ano em seu esforço para derrubar o presidente Bashar al-Assad.
"Todo o mundo sabe que não temos as armas das quais precisamos para nos defender", disse Abu Trad, comandante da Frente dos Rebeldes Saraqib, pouco antes de receber visitantes nesta oficina de projéteis de morteiro. "Mas ainda temos a vontade, temos meios modestos e temos ferramentas."
O valor das armas produzidas nessas oficinas, antes cruciais ao êxito dos rebeldes na conquista de território no norte da Síria, pode ter decrescido substancialmente, ao mesmo tempo em que Washington e seus aliados continuam relutantes em armar a oposição.
Na primavera passada, quando Assad estava tendo dificuldade para enfrentar a oposição armada que sua repressão alimentou, oficinas como estas obrigaram as forças armadas sírias a mudar de tática. As estradas estavam tão repletas de bombas escondidas produzidas pelos militantes que o exército parou de se deslocar nas áreas com presença rebelde mais forte, recuando para posições defensivas. As oficinas de armas foram um sinal da organização nascente dos rebeldes e de sua habilidade letal.
Mas o governo já passou mais de um ano reequipando suas tropas, o grupo libanês Hezbollah enviou reforços, e Irã e Rússia continuam a manter supridas as forças de Assad.
Hoje em dia as forças do governo se aventuram menos em patrulhas e hesitam em expor-se em postos de controle pequenos, com isso reduzindo sua vulnerabilidade às bombas improvisadas dos rebeldes. E a maioria das outras armas fabricadas nas oficinas rebeldes não possui precisão, alcance ou poder explosivo suficientes para expulsar o exército das posições onde está entrincheirado e desde onde os soldados podem disparar de volta com saraivadas lançadas por armas mais potentes e precisas.
Além disso, algumas das armas de fabricação local tendem a apresentar erros de funcionamento que podem matar aqueles que as manejam.
Mesmo assim, as oficinas de armas continuam a ser um elemento importante da logística da oposição, já que o fluxo de armas vindo do mundo árabe não é suficiente para suprir a demanda. Embora a União Europeia tenha revogado no mês passado seu embargo à transferência de armas para a oposição síria, muitos rebeldes dizem ver a decisão como tática diplomática cuja finalidade seria pressionar o governo sírio. Para eles, é pouco provável que a decisão resulte em envios de armas de governos ocidentais no futuro próximo.
"Vivem prometendo coisas", comentou o major Mohammad Ali, que comanda os combatentes no norte da Síria dentro da grande formação rebelde Netos do Profeta. "Estamos no terceiro ano do conflito e já tivemos muitas decisões do Ocidente, mas nenhuma até agora resultou em ação."
Os rebeldes discordam quanto ao valor dos projéteis de fabricação própria. Alguns os acham ótimos. Outros observam que os foguetes e morteiros muitas vezes não disparam, ou então seguem caminhos imprevisíveis. E as armas caseiras, disseram, não conseguem fazer frente aos ataques que os rebeldes enfrentam.
Num front na região agrícola árida ao norte de Hama, o comandante rebelde Khaled Muhammed Addibis apontou para uma pilha de foguetes que seus homens tinham tentado lançar no dia anterior. Os foguetes não tinham subido. Outros tinham se desviado do alvo, em pleno voo. E nenhum tinha atingido o alcance esperado.
"Precisamos apenas de armas eficazes", disse o comandante. "Armas eficazes. Nada mais."
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