quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ALEMANHA TERÁ PROBLEMAS COM ENTRADA NA ALIANÇA “CINCO OLHOS”


Os EUA propuseram incluir a Alemanha na aliança dos serviços de inteligência “Cinco Olhos” (Five Eyes). Mas apesar das declarações de amizade, divulgadas após as recentes denúncias de espionagem sob a alçada da NSA, seria pouco provável que a Alemanha se tornasse sexto membro do grupo. Em entrevista à Voz da Rússia, Kristian Gustafson, professor do Centro de Pesquisas na área de Segurança junto da Universidade Brunel (Brunel University London), compartilha a sua opinião a esse respeito.

– Como o escândalo de espionagem poderá influir nas relações entre a Grã-Bretanha e a Alemanha?

– O escândalo terá impacto numa perspectiva de curto prazo, levando ao esfriamento das relações sociais. Mas em uma perspectiva de longo prazo, acabarão por predominar os interesses recíprocos dos dois países e dos demais membros da associação “Cinco Olhos”.

– Acha que a Alemanha, apesar de tudo, irá insistir na sua integração?

– A aliança é uma sociedade que defende os interesses comuns de seus membros. A associação foi instituída após a Segunda Guerra Mundial, sendo, contudo, uma aliança dos países anglo-saxônicos, de expressão inglesa, o que irá dificultar, sem dúvida, o ingresso da Alemanha. Pois não se trata de uma afiliação fácil de se concretizar face às relações já existentes no grupo com base em confiança mútua, parceria e entendimento, resultantes das duas Guerras Mundiais. A confiança é o que realmente importa. A aliança “Cinco Olhos” pressupõe que cada país membro possa depositar confiança em seus parceiros, enquanto os dados e o controle dos materiais procedentes de várias fontes constituem os aspectos fundamentais do trabalho dos serviços de inteligência. Por isso, eu devo ter a certeza que, se eu facultar informações a outra parte, esta, por sua vez, não irá fornecê-las para a terceira ou a quarta parte. Agora, no momento em que as relações diretas entre os membros da aliança e a Alemanha são muito intensas, para a Alemanha não será fácil entrar nesse círculo fechado. E não só para ela.

– Até hoje, os EUA estiveram no foco dos escândalos de espionagem. Agora, ficamos sabendo existir uma rede inteira de países envolvidos nessa atividade. Isto muda a situação?

– Acho que não, não muda muito. Para além da aliança “Cinco Olhos”, existe uma grande comunidade dos países amistosos, incluindo a Singapura, que compartilham os interesses idênticos. A Singapura, os EUA e os países da aliança se manifestam apreensivos com o problema do terrorismo e do islamismo radical fundamentalista. A troca de informações se deve efetuar conforme o princípio de trocas mutuamente vantajosas. Se você pretende receber dados de um parceiro sério, terá de propor algo em troca, em compensação. Sabe como o Canadá se tornou membro da aliança “Cinco Olhos”? Ingressou por ter a tradição de praticar espionagem contra a Rússia, realizando escutas mediante tecnologias ao serviço do Arco Canadense. Então, o Canadá tinha no seu arsenal algo para propor.

O que poderá propor a Singapura aos EUA e aos demais membros da aliança? Poderia avançar condições para poderem quebrar a infraestrutura da Teia Mundial existente no país. Em contrapartida, a Singapura teria acesso ao serviço de inteligência norte-americano, conforme este princípio de intercâmbio mutuamente vantajoso. Este fato ilustra muito bem o quadro real.

– Mas falemos do futuro. Quais, a seu ver, serão novas revelações baseadas em documentos na posse de Edward Snowden?

– Sou especialista que estuda o trabalho dos serviços de inteligência, mas não tenho a bola de cristal para poder adivinhar. Snowden, o The Guardian e o The Washington Post tinham jeito de transmitir e revelar essas informações para orquestrar bem e alimentar essa celeuma. Acho que nas próximas duas semanas será lançada mais uma “bomba”, ou seja, uma notícia sensacionalista. Quero falar mais daqueles que têm vindo a prestar muita atenção para os assuntos públicos no Ocidente... Há coisas duras que vieram à tona. Por exemplo, a gravação dos dados relativos à chanceler alemã Angela Merkel, se bem que os princípios básicos da interceptação secreta tenham sido conhecidos desde há muito. Por isso, em muitos casos recentes não houve nada de novo, não houve grandes descobertas nessa vertente. Mas isso tem sido importante porque antes a sociedade não tinha o conhecimento de todos esses fatos.

Fonte: Voz da Rússia

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