quinta-feira, 31 de julho de 2014

IRÃ E SEXTETO NA VÉSPERA DA SÉTIMA ETAPA DE CONVERSAÇÕES SOBRE PROGRAMA NUCLEAR


Na maratona de conversações do sexteto dos intermediários internacionais (cinco membros permanentes do CS da ONU mais a Alemanha) e o Irã foi anunciado um intervalo até 1 de setembro. Mas as consultas dos participantes das conversações numa base bilateral de todos os membros do sexteto continuam.

Quais as perspetivas de solução do problema nuclear do Irã?

Depois de seis etapas de conversações, o Irã e o sexteto não souberam chegar a acordo até 20 de julho, como antes tinha sido planejado. As partes acordaram prolongar o período de conversações até 24 de novembro, ou seja, até ao dia em que faz um ano do momento da aprovação em Genebra do Plano Conjunto de Ações.

Este documento prevê o avanço das partes para um acordo que garanta o caráter exclusivamente pacífico do programa nuclear do Irã em troca do levantamento das sanções internacionais contra ele.

É extremamente amplo o leque de opiniões entre os especialistas sobre o destino futuro do processo de conversações. Uns admitem que o Irã está pronto a compromissos, visto que o desejo de deter armas nucleares não é um elemento inseparável da política interna ou externa do regime iraniano.

Outros consideram que o Irã está de acordo apenas em retardar e, desse modo, estender os prazos de criação de armas nucleares, para conseguir a suspensão das sanções econômicas do Ocidente contra ele. Partindo dessa lógica, alguns, no Ocidente, declaram que os opositores da República Islâmica devem aumentar a pressão.

Porém, nem nos EUA todos estão de acordo com semelhantes ideias. Eis a opinião da orientalista Irina Fedorovaya:

“Como se tornou conhecido, Washington declarou estar pronto a descongelar os ativos financeiros iraquianos bloqueados no estrangeiro no valor de 2.800 milhões de dólares. É possível que a Casa Branca não queira agravar a situação com o problema nuclear iraquiano (para não serem obrigados a empregar medidas radicais), pelo menos até às eleições, importantes para ela, do Congresso, que se realizam a 4 de novembro”.

As partes utilizam o atual intervalo para pensar, para decidir que tática empregar quando do reinício das conversações. Mas é necessário assinalar que foi criada uma base que não é má para um bom resultado do diálogo.

No relatório da AIEA de 21 de julho assinala-se que a Agência não tem pretensões para com Teerão: ele cumpre os compromissos previstos no Acordo de Genebra. Os americanos também não têm sérias queixas, pois desbloquearam 4,2 biliões de dólares de ativos iranianos.

Mas continuam por resolver alguns problemas. O senhor Mehdi Sanai, embaixador do Irã em Moscou, assinalou a propósito: “Hoje, mais de 50% do texto do acordo está pronto. <...> Restam apenas divergências quanto à quantidade de centrífugas, bem como quanto à nossa central em Arak”.

Por isso, nas futuras conversações, a questão central será a quantidade de centrífugas a utilizar pelo Irã e, respetivamente, o enriquecimento do urânio até 5%. Teerão insiste que a manutenção dos já existentes cerca de 19 mil centrífugas (delas são utilizadas cerca de 9.000) é uma cedência colossal da sua parte. Os oponentes não estão de acordo com ele. É também importante a questão da transformação do reator de água pesada que está a ser construído em Arak, para que ele não possa produzir plutónio.

Além disso, deverá ser discutido o regime de inspeções inesperadas de quaisquer edifícios, o acesso ao pessoal técnico-científico dos laboratórios nucleares. Não está clara a questão do mecanismo de levantamento das sanções contra o Irã. 

Há muito trabalho a fazer. Mas o otimismo de muitos políticos baseia-se em que a comunidade internacional, na pessoa do sexteto de intermediários, está interessada num bom fim das conversações mais do que o Irã. Porque, livre das sanções e bem-intencionado, Teerã é capaz de desempenhar um papel importante tanto na política, como na economia mundial.

Por isso, a negociação: “ambições atômicas” iranianas em troca do levantamento das sanções, será agitada. Mas o seu resultado positivo é bom para todos. 

Fonte: Voz da Rússia

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