sexta-feira, 12 de setembro de 2014

OS TRENS DA INDEPENDÊNCIA VÃO A TODA VELOCIDADE


A Catalunha, região no nordeste da Espanha, celebra nesta quinta-feira (11) a sua festa nacional, a Diada. Neste ano, a região, com fortes correntes independentistas, celebra os 300 anos da perda da autonomia, um dos resultados mais impactantes da Guerra da Sucessão espanhola.

Segundo a nota oficial, publicada no site do evento, “11 de setembro de 1714 marcou o fim de uma luta no Principado (da Catalunha) e o começo de uma época, em muitos aspetos vigente agora, na qual perdemos as nossas liberdades seculares”. Tal visão é especialmente importante agora, na véspera de um possível referendo independentista, convocado pelo presidente do parlamento catalão, Artur Mas.

O próprio Mas, citado pelo jornal La Vanguardia, declarou que já está “tudo listo” para a celebração da consulta popular, no dia 9 de novembro. Isso, sob fundo de forte crítica da parte do governo da Espanha, presidido por Mariano Rajoy, e seus partidários. Por exemplo, recentemente ele respondeu assim à proposta do partido Convergència i Unió (CiU) de aceitar as tendências independentistas: “Se vocês não querem problemas (no mercado), vocês têm que dizer que não vai haver nenhum referendo ilegal, então irão ver que não há nenhum problema em nenhum mercado”. A proposta da CiU incluía também um pedido de evitar “a colisão de trens”.

E os trens vão a toda velocidade.

Processo soberanista

O presidente do governo da região autônoma da Catalunha, Artur Mas, defende “firmemente” a causa “soberanista”. Segundo o jornal El Periòdico, disse, se dirigindo ao governo espanhol, que “ainda resta tempo para escutar o clamor pacífico e democrático deste povo”, o que significaria aceitar a consulta popular e, portanto, assumir a possibilidade de independência.

Contudo, os independentistas viveram recentemente um escândalo de corrupção, cujo ator principal era o ex-presidente da Generalitat (parlamento da Catalunha), Jordi Pujol. Os ecos do escândalo se ouvem ainda, mas parece que não vão afetar muito a campanha.

Escala internacional

Os partidários da causa independentista catalã têm sido comparados várias vezes com os independentistas escoceses. Ambas as regiões têm suas razões históricas para a independência, e ambas eram Estados independentes antes de fazer parte de um “reino unido”.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, apelou para a renúncia à independência, propondo em troca mais liberdades econômicas e fiscais para a Escócia como parte do Reino Unido. Nisso, a sua postura difere da de Mariano Rajoy, que insiste na preservação da situação política atual sem compromissos.

E a Escócia celebra o seu referendo já na semana que vem. Com este motivo, o jornal The Scotsman publicou uma editorial analisando os possíveis perigos e vantagens da independência. Principalmente, os perigos, porque isso gera mais preocupação e é, na verdade, o principal critério de avaliação de uma iniciativa. A redação do jornal concorda que a opção do “Sim” à soberania acarreta várias dificuldades, inclusive no âmbito financeiro (necessidade de estabelecer um novo modelo de relações econômicas com o Reino Unido, problemas com a entrada na UE etc.). “Mas incógnitas são uma parte da vida e nós temos que lidar com elas e preparar-nos a enfrentá-las com o melhor das nossas forças”, reza uma linha do artigo.

E para ampliar um pouco essa escala geográfica, Vladimir Aksenov, chefe interino da Crimeia, disse recentemente que o êxito do referendo escocês iria confirmar a legitimidade do referendo da Crimeia, que a UE e os EUA se recusam a reconhecer. Isso complica um pouco as coisas, porque a legitimação de um fenômeno político em um país leva a considerações de legitimação de fenômeno semelhante em outro, sobretudo em países de tradição política e social parecida.

Porém, os escoceses não irão apoiar a Crimeia. Mais do que isso, o primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, declarou que o país (se vier a ser país) irá apoiar as sanções europeias contra a Rússia, por “não concordar com alguns aspetos da política russa na Ucrânia”.

Fonte: Voz da Rússia

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