Pesquisadores discutem sobre
utilidade de artefato de 2 mil anos capaz de produzir corrente elétrica.
Na década de 30, o arqueólogo alemão
Wilhelm Konig descobriu em um vilarejo próximo a Bagdá, no Iraque, um
misterioso vaso de argila de 13 centímetros de altura, contendo um cilindro de
cobre que encerrava uma barra de ferro. O artefato mostrava sinais de corrosão,
e testes realizados na peça revelaram a presença de alguma substância ácida,
possivelmente vinagre ou vinho. Em outras palavras, o arqueólogo havia
encontrado uma antiga pilha.
No entanto, o mais curioso é que o objeto
foi datado em aproximadamente 200 anos antes de Cristo e, afinal, para que as
pessoas de 2 mil anos atrás precisariam de uma pilha?! No total foram
encontradas cerca de 12 baterias, e mesmo depois de tantas décadas desde o seu
descobrimento, elas continuam intrigando os pesquisadores e gerando muitas
discussões.
Existem muitas controvérsias envolvendo
as pilhas, começando pela própria descoberta dos artefatos. Há poucos registros
sobre as escavações, que foram pobremente documentadas pelo arqueólogo alemão.
Portanto, até hoje não existe um consenso se Konig coletou os objetos do tal
sítio arqueológico ou se os encontrou nos porões do Museu de Bagdá, depois de
ter se tornado diretor da instituição.
A idade das baterias também é discutida,
já que o estilo dos vasos pertenceria a um período posterior — entre 225 e 640
d.C. —, tornando os objetos muito mais “jovens” do que o apontado por Konig. No
entanto, a maior discussão mesmo fica por conta da utilidade dos misteriosos
objetos, pois simplesmente não existe qualquer registro histórico que se refira
a eles. Teriam os persas antigos algum conhecimento sobre os princípios da
eletricidade?
Independente
das discussões sobre onde foram encontradas e se os antigos tinham conhecimento
suficiente para fabricá-las, o fato é que as baterias eram capazes de conduzir
uma corrente elétrica, fato comprovado por diversas réplicas criadas por
pesquisadores em todo o mundo.
Embora ninguém saiba dizer ao para que eram
empregadas, as réplicas indicam que as baterias eram capazes de produzir
voltagens entre 0,8 e quase 2 volts. E mais: se fossem conectadas — apesar de
nunca terem sido descobertos fios condutores entre os artefatos, infelizmente
—, as baterias poderiam produzir voltagens bem mais altas.
Há
quem acredite que as baterias fossem utilizadas pelos antigos médicos persas
para tratar a dor através de pequenos choques. Outras teorias apontam que os
objetos poderiam ter sido empregados na galvanização de superfícies metálicas,
para embelezar joias, produzir moedas ou outros itens. Existe também a hipótese
de que os artefatos ficassem escondidos em estátuas ou ídolos religiosos de
metal, dando pequenos choques em quem os tocassem.
Contudo, nenhuma divindade de metal que
pudesse conter as baterias jamais foi encontrada, e não existem registros
confiáveis sobre a réplica do suposto processo de galvanização em laboratório.
Portanto, a não ser que alguém invente uma máquina do tempo que nos permita
voltar e conferir para qual finalidade as baterias de Bagdá eram utilizadas,
elas continuarão sendo um dos maiores mistérios arqueológicos do mundo.
Fonte: BBC - Museum of Ancient
Inventions - The Museum of UnNatural MysteryWorld Mysteries
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