O Bope (Batalhão de Operações
Especiais) informou na tarde desta sexta-feira (26) que cinco índios invadiram
as instalações da Aldeia Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro. Ainda de
acordo com o batalhão, policiais do 4º BPM, do Bope, do BPChq (Batalhão de
Choque) e do GAM (Grupamento Aeromóvel) foram até o local e fizeram a retomada
do local.
De acordo com
o Bope, não foi necessário o uso da força. Manifestantes no local afirmaram, no
entanto que fora utilizadas bombas de efeito moral na ação. Os índios foram
encaminhados à 18ª Delegacia de Polícia (Praça da Bandeira).
A ocupação
acontece às vésperas da reinauguração do maracanã, neste sábado (27), com um
jogo entre os amigos de Ronaldo e amigos de Bebeto. O evento terá a presença da
presidente Dilma Rousseff e do governador do Rio, Sérgio Cabral. Entre os
convidados estarão parentes dos operários que trabalharam na obra.
No
dia 22 de março, cumprindo decisão da Justiça Federal, a polícia realizou a reintegração de posse do antigo Museu do Índio, ocupado
pelos indígenas da Aldeia Maracanã desde 2006.
Invasão
A polêmica
disputa pelo terreno no qual está situado o antigo Museu do Índio, no entorno
do Maracanã --que será o principal estádio da Copa do Mundo no Brasil, em
2014--, no Rio de Janeiro, começou em outubro de 2012. Os indígenas ocupavam o
local desde 2006. Os ocupantes queriam que o local se transformasse em um
centro cultural. A polícia foi para o local para cumprir um mandado de
desocupação expedido pela Justiça Federal. O prazo final para os índios
deixarem o local terminou no dia 21 de março.
Com a entrada
do homens do Batalhão no local, os manifestantes que se dirigiram ao local no
início da manhã e que protestavam do lado de fora contra a desocupação se
sentaram na pista da Radial Oeste e fecharam a pista. A polícia utilizou spray
de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar o protesto, mas a via
continuava fechada, segundo o Centro de Operações. Manifestantes chegaram a
jogar pedras nos policiais e houve confronto em alguns casos.
O coronel
Frederico Caldas, relações-públicas da Polícia Militar, disse que a invasão se
deu após um incêndio iniciado no interior do museu. O Corpo de Bombeiros
precisou ir até o local para apagar as chamas. "Eles começaram a colocar
fogo numa oca. O fogo se espalhou pelas árvores e ia chegar até o prédio. Se nós
não entrássemos, estaríamos agora diante de cinzas", afirmou. Ele disse
ainda que índios e manifestantes começaram a jogar pedras quando a polícia
entrou.
Já o índio
Michael Oliveira, da etnia Arauaque, relata que o Batalhão de Choque invadiu o
local no meio de um ritual indígena. "A gente estava fazendo nosso ritual
e a polícia entrou desrespeitando a gente. Me bateram com cacetete, jogaram
gás, ao contrário do que foi combinado", contou.
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