Pesquisadora da Ufes comprova que produtivíssimo
está afetando saúde dos docentes
O estudo “Trabalho e produtivíssimo: saúde e modo de vida
de docentes das instituições públicas de Ensino Superior”, realizado pela
professora Izabel Cristina Borsoi*, do Departamento e do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais da Ufes, mostra que a sobrecarga laboral tem
afetado a saúde dos docentes.
A pesquisa, realizada entre 2009 e 2010 com 96
professores efetivos da Ufes, retrata como o produtivíssimo está acabando com a
saúde dos docentes. Essa lógica é um dos desdobramentos da reestruturação
universitária que começou na década de 70.
Os entrevistados
relataram problemas de saúde, tais como depressão, ansiedade, enxaqueca,
gastrite, hipertensão e diabetes. E mais: a pesquisadora constatou que a maioria
dos adoecimentos é desconhecida pela universidade. O que, do ponto de vista científico,
indica um desastre em plena função.
Situações de adoecimentos
De acordo com a
pesquisa, os docentes estão ultrapassando a fronteira entre tempo de trabalho e
o tempo privado. “Hoje, o professor tem que dar conta da sala
de aula, orientar alunos, preencher relatórios, fazer pareceres, participar de
diferentes comissões e colegiados. É muita pressão, o que provoca o adoecimento", diz
a professora Cristina Borsoi.
A constatação é que a reestruturação universitária não contemplou mudanças sustentáveis
nas condições de trabalho. As atividades acadêmicas
aumentaram, consagraram-se a publicação – sem importar o valor do conteúdo –, enquanto o contingente de docentes
regride na proporção em que se expandem as demandas.
Publicar é a palavra-chave A pressão é ainda
maior nos programas de pós-graduação, onde existe a obrigatoriedade de manter
elevada a denominada “produção científica”. As principais responsáveis pela
busca de produtividade são as políticas de metas das próprias instituições
financiadoras e/ou reguladoras – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ), principalmente.
Mulheres e homens em
jornadas sem limites: Docência, gênero e sofrimento.
Este é outro artigo produzido pela professora Izabel Cristina Borsoi que visa
discutir aspectos da atividade acadêmica que impactam a saúde dos docentes e o
modo de organizar o seu tempo dentro e fora do âmbito laboral, considerando as
diferenças de gênero. A pesquisa foi realizada na Ufes.
<<<Opinião NÃO QUESTIONE>>>
Devemos lembrar que estamos falando de Universidade, porem isto ocorre em todo âmbito escolar, como Ensino Médio, Jardim e Pré I e II.
Os profissionais mais afetados são de escolas particulares, que contratam recém formados ou estagiários.
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