Máquinas de minerar bitcoins são extremamente poderosas, e isso fica cada vez
mais insano. Quanto processamento está sendo utilizado para extrair moedas
criptografadas digitais? Mais do que os 500 supercomputadores mais
poderosos do mundo combinados. Que
desperdício.
De acordo com o Bitcoin Watch, a rede
Bitcoin quebrou a barreira de 1 exaFLOPS no último fim de semana. Quando nós
falamos FLOPS, estamos falando mesmo do número de operações de ponto flutuante
que um computador realiza por segundo ou, simplificando, o quão rápido ele
consegue resolver problemas matemáticos. É um padrão bem comum para medir a
capacidade de um computador. Um exaFLOPS é 10 elevado a 18, ou
1.000.000.000.000.000.000 operações matemáticas por segundo. O supercomputador
mais potente do mundo, o Sequoia,
só chega a 16 petaFLOPS, ou 1,6% do que os geeks ao redor do mundo
desenvolveram exclusivamente para conseguir Bitcoins. Os dez
supercomputadores mais potentes do mundo só
chegam a 5% desse total, e mesmo o top 500 não passa de meros 12,8%.
E este número de 1 exaFLOPS é
provavelmente muito pequeno. Como a mineração de Bitcoins consiste em contas
simples (operações com variáveis inteiras), você tem que fazer apenas uma
pequena (e complicada) conversão para chegar a FLOPS. Além disso, as
mineradoras ASIC —máquinas desenvolvidas para não fazer nada além de
extrair Bitcoins — são incapazes de realizar
outros tipos de operação, que são deixadas de lado no total. Então, o que temos
aqui é só uma representação do poder total utilizado na mineração de moedas
virtuais, que poderia estar servindo para outra coisa, como problemas reais.
Devido à autorregulação feita pelo sistema Bitcoin,
os problemas que devem ser resolvidos para conseguir as moedas ficam mais
difíceis com o passar do tempo. Isso não acontece tendo uma finalidade em
vista, mas apenas para assegurar que o mundo não fique soterrado por Bitcoins.
Então, no fim das contas, todos estes computadores não estão fazendo nada além
de resolver quebra-cabeças superdifícies e necessariamente arbritrários para
conseguir dinheiro cibernético. É como reunir as mentes mais brilhantes do
mundo e colocá-las para resolver sudokus em troca de umas moedas.
Projetos como Folding@Home e
SETI@Home usam de maneira semelhante a capacidade de computadores ligados em
rede para tarefas mais importantes, como analisar informações que poderiam
levar a medicamentos mais efetivos ou encontrar vida extraterrestre,
respectivamente, e ambos só chegam a conseguir 0,5% do poder que a rede Bitcoin
esbanja. E, como o hardware especializado em extrair Bitcoins vem crescendo,
haverá em breve um batalhão de PCs superpoderosos por aí que literalmente só servem para conseguir uns trocados cibernéticos.
É incrível pensar na capacidade de
processamento que está sendo dedicada a esta tarefa única e singular; é um
poder que está essencialmente sendo “doado” por milhares de pessoas por todo o
mundo apenas porque eles estão dentro do jogo e têm muito a perder. É de longe
o maior empreendimento computacional que já foi dedicado a apenas um trabalho.
E claro, o negócio dos Bitcoins vai bem e tudo mais, mas você consegue imaginar
o que poderíamos fazer se toda essa energia fosse dedicada a outros problemas
difíceis? Só imaginando mesmo: minerar Bitcoins dá dinheiro, dobrar proteínas
não. É bem óbvio qual das duas tarefas é a preferida.
Fonte: The Genesis Block via Digg
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