sexta-feira, 4 de julho de 2014

O PLANO DE EDUCAÇÃO MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DO BRASIL


Plano Nacional de Educação (PNE) é o mais importante documento público da década e cria as bases para o mais relevante salto da educação na história do país

Enquanto as irrelevâncias vão dominando o noticiário, a participação popular democrática vai construindo o futuro.

Ontem foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff o mais importante documento público da década, o Plano Nacional de Educação (PNE). Aprovado pelo Congresso, sua missão será a de definir metas para, nos próximos dez anos, colocar a educação brasileira no patamar dos países desenvolvidos.

Junto com a Lei do Pré-Sal – maior obra do governo Dilma – cria as bases para o mais importante salto de educação da história do país.

O PNE é importante para comprovar a maneira como o preconceito ideológico de grupos de mídia – refletidos no padrão Veja de educação – atrasam o país; e a maneira como formas democráticas de participam popular permitem a formação de consensos e avanços.

O PNE foi fruto de um amplo esforço do país, de dezenas de conferências de educação que acabaram desembocando na Conferência Nacional de Educação, a partir da qual o documento foi elaborado.

Nos últimos anos, as políticas educacionais brasileiras balançavam em torno de dois princípios complementares mas tratados como excludentes, um provindo de ONGs mantidas por organizações privadas; outra dos sindicatos de professores.

Do lado privado, privilegiava-se apenas o modelo de gestão e a meritocracia. Do lado dos professores, apenas as melhores condições de salário e de trabalho.

Em cima dessa falsa dicotomia criou-se uma guerra, alimentada por alguns falsos gurus criados pela indústria de entretenimento, cujo exemplo mais chocante é o inacreditável Gustavo Ioschpe, filho da Veja.

O truque ideológico consistia em apresentar o exemplo de duas escolas, em igualdade de (falta de) condições e mostrar que a que se valeu de modelos gerenciais obteve melhor resultado. Logo… o salário do professor não tem a menor importância.

“Dezenas de estudos acadêmicos mostram que não há correlação entre o salário dos professores e o aprendizado dos alunos. Qualquer gestor acharia absurdo dar aumento significativo a funcionários que estão entregando péssimos resultados”, dizia esse burocrata da pedagogia (http://tinyurl.com/msmhx29). E prossegue: “Americanos e europeus não ganham quatro ou cinco vezes mais do que nós porque seus patrões são bonzinhos, mas porque é isso que produzem”.

A estupidez dos conceitos não terminava aí. O artigo mostrava que 4/5 do orçamento da educação era gasto com professores (!). Queria o quê? Que a parte maior do orçamento de um setor fundamentalmente de serviços fosse destinado aos cursos apostilados da Abril?

A falta de discernimento e o interesse comercial dos grupos de mídia promovendo “pensadores” desse calibre ajudavam a fortalecer, do outro lado, o pensamento corporativo – a (falsa) ideia de que todo programa de meritocracia visaria diminuir a importância do professor.

Qualquer pessoa que, alguma vez na vida, acompanhou a implantação de modelos gerenciais sabe que o ponto central são as pessoas, o desafio maior é conquistar corações e mentes da corporação para o projeto a ser implementado.

Esse consenso foi obtido graças a fóruns criados pelo modelo participativo consagrado pela Constituição de 1988.

Graças a esse modelo, ONGs sérias, como a “Todos Pela Educação” juntaram-se a secretários de educação municipais e estaduais, a pedagogos e especialistas em modelos educacionais, em reuniões que mobilizaram cerca de 800 mil educadores para gerar o PNE. E todos conversaram, discutiram, negociaram e chegaram a pontos em comum, essenciais para definir um plano continuado que sobreviva a mudanças de governo.

E chegou-se ao consenso consolidado no PNE: os professores têm que ser melhor remunerados; têm que obter as melhores condições de trabalho; dadas as duas pré-condições têm que ser avaliados e cobrados.
O modelo de ação do PNE

Em lugar de 295 (!) metas do Plano anterior, optou-se por apenas 20 metas, permitindo foco, coordenação entre as diversas instâncias administrativas e transparência no acompanhamento dos resultados. E, pela primeira vez, entrarão metas de qualidade e não apenas as quantitativas.

O lema do PNE é “foco e coordenação”. Ou seja, não permitir dispersão de gastos e trabalhar para coordenação de esforços.

Nos próximos dez anos, pretende-se que os gastos com educação saltem para 7% do PIB até 2019 e 10% até 2024, o que exigirá esforço muito grande da União, estados e municípios.

Peça central desse modelo é a Lei do Petróleo – proposta pela presidente Dilma Rousseff e aprovado pelo Congresso. Os recursos da União virão dos royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal.

Haverá a necessidade de um alinhamento muito grande entre todos os setores para atingir as metas propostas. Esforço central será no ensino fundamental – de responsabilidade dos municípios -, que é a partir de onde se verificam as desigualdades de desempenho dos alunos.

Aí entra o papel coordenador da União.

Cada estado e município terá um ano para preparar seus Planos Estaduais e Municipais alinhados com as metas do PNE.

O MEC criou a Secretaria de Articulação dos Sistemas de Ensino para fornecer esse apoio na ponta. Hoje em dia, o Ministério dispõe de uma ampla rede informatizada, conectando todas as escolas púbicas do país. Esse sistema facilitará bastante a interação na ponta.

Com o PNE aprovado, o setor privado terá foco para apoiar escolas e municípios; o Ministério Público terá instrumentos para cobrar gestores municipais, estaduais e federais. Enfim, toda a estrutura democrática do país poderá atuar de forma coordenada para perseguir as metas propostas.

Fonte: Luis Nassif, GGN

Segue o link do Canal no YouTube e o Blog
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário