sexta-feira, 1 de agosto de 2014

OPERAÇÃO BUNGA-BUNGA: O QUE ESTÁ POR TRÁS DOS ESCÂNDALOS DE BERLUSCONI


Fraudes financeiras, maquinações fiscais, festas secretas Bunga-Bunga – foram tantas as acusações contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi! Na realidade, o ex-chefe do governo deve esta série interminável de escândalos ao seu apoio do partido Liga do Norte e à sua ativa posição pró-russa. Isso não agradava nada aos Estados Unidos, e eles, de sua forma habitual, afastaram o político indesejado.

A carreira política de Silvio Berlusconi sempre foi cheia de grandes escândalos – começando com sua chegada ao posto de primeiro-ministro ainda em 1994. No entanto, foi nos últimos cinco anos que a atenção em relação à sua pessoa atingiu uma escala verdadeiramente global. Isto se deveu principalmente às aventuras amorosas do ex-premiê que eram ativamente fomentadas pela mídia.

Toda essa tempestade de escândalos estranhamente coincidiu com o início do termo de Barack Obama como presidente dos EUA, nota o diretor do Instituto de Planejamento Estratégico e Previsão, Alexander Gusev:

“Silvio Berlusconi nunca navegou em águas das relações com os Estados Unidos, ele nunca os apoiou explicitamente. Além disso, o seu apoio às ações do presidente russo Vladimir Putin foi um passo grave contra a administração da Casa Branca, especialmente de Barack Obama. Nos últimos anos, Berlusconi aderiu a uma linha construtiva bastante definida nas relações com a Rússia. Evidentemente, não gostavam e continuam a não gostar disso. Segundo os EUA, ele também conduz uma política separatista, apoiando a separação do norte da Itália”.

A Liga do Norte se pronuncia ativamente a favor da federalização da Itália e da criação no norte dos Apeninos de um estado independente, a Padania, com capital em Milão. Naturalmente, este projeto, apoiado por Berlusconi, supõe também que o novo estado conduzirá uma política externa independente, inclusive dos Estados Unidos. Washington não está nada interessado nisso. Os Estados Unidos consideram a Itália zona de sua influência, por isso não pretendem desistir dela assim tão facilmente, diz o editor-chefe do portal Geopolítica, Leonid Savin:

“O seu objetivo é a continuação da implementação de seus interesses nacionais, de suas ações programadas. Em particular, no que respeita à Itália, é a preservação de suas bases militares e a manutenção da política de neoatlantismo. Ou seja, esse é um projeto para atrair os europeus como consumidores, como forças intelectuais para seus projetos políticos, que permanecem sob o controle das ações de Washington”.

Apesar de Berlusconi já há muito não estar no poder, muitos italianos prestam atenção a suas opiniões. Por isso, não devemos excluir a continuação da pressão sobre o ex-primeiro-ministro por parte da Casa Branca, acredita Alexander Gusev:

“Políticos tão populares, não só na Itália, mas também na Europa e no mundo, sempre irão atrair a atenção. A mídia irá monitorar constantemente as suas palavras e ações. Se isso não se encaixar nos conceitos gerais da democracia norte-americana, os Estados Unidos farão tudo o necessário para isolar essas pessoas, menosprezar a sua importância. Por causa de seu apoio à Rússia, a pressão sobre Berlusconi não vai enfraquecer. Ele fala ativamente na televisão e na mídia, onde mostra toda a malignidade das ações dos Estados Unidos contra a Rússia na crise ucraniana”.

Berlusconi já acusou Washington de tentar iniciar uma nova “guerra fria” e apoiou totalmente a posição de Moscou sobre a questão ucraniana. Ora, não tarda muito teremos um novo “gran scandalo” nos Apeninos. Os Estados Unidos de certeza que se irão empenhar nisso.

Fonte: Voz da Rússia

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