A ex-presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da
Câmara deputada Iriny Lopes (PT-ES) protocolou nesta terça-feira 2 na Mesa
Diretora da Casa requerimento pedindo a abertura de processo por quebra de
decoro parlamentar contra o atual presidente do colegiado, deputado Pastor
Marco Feliciano (PSC-SP).
Ex-ministra
da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (Seppir), Iriny argumenta
que as declarações de Feliciano – de que antes da chegada dele à presidência do
colegiado a CDHM era “dominada por Satanás” – ferem o decoro parlamentar.
“É
inaceitável que um deputado faça esse tipo de declaração, ferindo a honra e a
imagem dos nobres colegas que atuam, com dedicação e firmeza, para a promoção e
valorização dos diretos humanos”, diz a deputada no requerimento.
Ela
acrescenta ainda que Feliciano “faltou com respeito com os colegas
parlamentares e também com a imagem da instituição”, o que, segundo ela,
justifica a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
Na
última sexta-feira (29), depois de ser alvo de protestos no início de um culto
para evangélicos na cidade mineira de Passos, Feliciano disse que, antes dele,
a comissão era “dominada por Satanás”. Ontem (1º), em sua conta no Twitter, o deputado
explicou que não comparou os antigos integrantes da comissão com “Satanás”, mas
que o termo significa, em hebraico, “adversário e acusador”.
O
requerimento será encaminhado à Corregedoria da Casa para análise da denúncia.
Se o órgão, que ainda não foi instituído, entender que houve quebra de decoro,
um parecer será encaminhado à mesa que decidirá se remete o pedido de abertura
de processo ao Conselho de Ética. A representação por quebra de decoro
parlamentar pode resultar desde uma advertência até a cassação do mandato.
Até
2012, o segundo-vice-presidente da Câmara acumulava a função de corregedor. No
final do mês passado, no entanto, o plenário aprovou projeto de resolução
tornando o órgão autônomo em relação aos outros postos da Mesa Diretora.
O
Conselho de Ética também não foi instituído devido a uma disputa política entre
os deputados Marcos Rogério (PDT-RO) e Ricardo Izar Júnior (PSD-SP). Rogério
foi indicado pelo PDT para a presidência do colegiado, fruto de acordo firmado
com o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Izar,
contudo, lançou candidatura avulsa.
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