terça-feira, 26 de novembro de 2013

DESCONFIANÇA IMPEDE REGULARIZAÇÃO DO PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO


Os entendimentos alcançados em Genebra em relação ao programa nuclear iraniano provocaram forte descontentamento de Israel. Embora preconceitos e receios anti-iranianos de Israel pareçam patológicos a muitas pessoas, eles têm um núcleo racional. Tal significa que Teerã poderia fazer muito para ultrapassar a desconfiança.
A comunidade internacional ficou com certeza animada com o êxito das conversações em Genebra. Ao que tudo indica, são retiradas as principais reclamações em relação ao programa nuclear iraniano. Embora o acordo tenha um caráter provisório, a maioria de políticos olha com entusiasmo para o futuro.
Neste contexto positivo, a posição de Israel parece anacrônica. Mas, na opinião de peritos, ela tem justificações históricas. Fala Dmitri Mariasis, colaborador científico sênior da Seção de Israel e Comunidades Judaicas do Instituto de Orientalística da Academia de Ciências da Rússia:
“No decorrer de um período bastante longo, a direção iraniana (sobretudo nos tempos de Ahmadinejad) dizia que Israel deveria deixar de existir. Esta é uma ameaça bastante séria. Na atual situação, Israel receia que a troca da retórica da direção iraniana tenha sido entendida como bastante séria pela comunidade internacional. Na opinião de Israel, a disposição de fazer concessões e de retirar sanções pode apenas estimular o desenvolvimento do programa nuclear.”
Para Israel, o problema consiste em que a retórica pacifista é demonstrada apenas pelo novo presidente iraniano, Hassan Rohani, que, formalmente, não é reconhecido como líder da nação, enquanto o atual guia dos iranianos, o aiatolá Ali Khamenei continua a recorrer a expressões acesas. Ainda recentemente o aiatolá declarou que os políticos israelenses “não podem ser nomeados de pessoas”, chamando em particular de “cão raivoso” o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Entretanto, muitos peritos sustentam que nesta história não há “maus” ou “bons”, existindo apenas interesses geopolíticos defendidos por todos os meios possíveis. Fala o diretor do Centro de Conjuntura Política, Ivan Konovalov:
“O programa nuclear iraniano é um instrumento político que o Irã utiliza frequentemente em seus interesses, silenciando certos aspectos e realizando um jogo nos bastidores. Até hoje, não foram claros os componentes do programa nuclear do Irã, desconhecendo se ele contenha um elemento militar. Ao mesmo tempo, o Irã expressou a disposição de ir ao encontro da comunidade internacional e de cumprir os compromissos assumidos no encontro em Genebra. Para os israelenses é importante a segurança do país, porque eles se encontram num bloqueio, sendo rodeados por países não amistosos ou por países com que se mantém uma neutralidade armada.”
Destaque-se que, apesar de sérios avanços, os americanos não renunciaram a compromissos de apoio em relação a Israel. Os israelenses estão fingindo um pouco quando falam de sua solidão, disse à Voz da Rússia o professor Mehran Kamrawa, diretor do Centro de Pesquisas Internacionais e Regionais da Universidade de Georgetown no Qatar:
“Na opinião de Netanyahu, os Estados Unidos abandonaram Israel à própria sorte, mas são suas invenções. Nem a América, nem a Arábia Saudita ou outros países do Golfo Pérsico pensam em deixar Israel sem apoio. A meu ver, os EUA continuarão a cumprir fielmente suas promessas de defender Israel, a Arábia Saudita e os EAU. É muito provável que os EUA e Israel reforcem no máximo a interação econômica e militar, o que, por seu lado, irá dissipar certos receios de Netanyahu.”
Hoje em dia, em geral, Israel não pode considerar-se abandonados face a um “inimigo terrível” (como tenta convencer a mídia israelense). Mas o espaço para manobras de Israel diminuiu consideravelmente. Pelo visto, isso até é melhor, levando em consideração uma situação explosiva na região.
Nos próximos seis meses vamos conhecer quem na história do programa nuclear iraniano teve razão, quem ficou enganado por sinceridade e quem tentou induzir premeditadamente em erros a comunidade internacional. Esperamos que os israelenses sejam sinceramente enganados, porque, em caso contrário, o Oriente Médio pode enfrentar tempos bastante trágicos.

Fonte: Voz da Rússia

Segue o link do Canal no YouTube e o BLOG
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário