O sistema de navegação Beidou ajudará o exército da China a melhorar a fiabilidade e a eficácia da gestão e utilização de suas forças e meios. Foi assim que os especialistas russos comentaram o anúncio de a maioria das unidades de combate do exército chinês, de regimento para cima, terem sido dotadas do referido sistema.
Esta notícia tornou-se pública na terça-feira (12), difundida pela primeira vez por canais oficiais citando a Estação Principal de Navegação e Posicionamento por Satélite do Estado-Maior do Exército da China.
A respectiva informação apareceu no último dia dos trabalhos do plenário do Comitê Central do Partido Comunista da China. Uma coincidência, claro é, nada fortuita. Em seu comunicado final, o plenário exortou a prestar mais atenção aos temas de aperfeiçoamento e modernização da defesa. O Partido Comunista da China, focaliza o documento, irá vencer os obstáculos que impedem o desenvolvimento da defesa e do exército nacional.
Evidentemente, o sistema de navegação Beidou terá de desempenhar um papel de destaque na materialização da estratégia em questão. Entretanto, ainda há muito por fazer neste sentido, acredita Vladimir Evseev, diretor do Centro de Estudos Sociais e Políticos:
“Este sistema deverá ser implementado não só a nível de regimentos mas também a nível de pelotões. De momento, aliás, trata-se da direção de unidades e grandes unidades militares, o que é absolutamente insuficiente. O objetivo principal deste sistema não se reduz apenas à possibilidade de exercer a direção a nível de unidades militares, ele permite também localizar submarinos e bases móveis para lançamento de mísseis. É este o objetivo prioritário.”
Atualmente, o Beidou é capaz de prestar o pacote de serviços de navegação à maioria dos países da Ásia, afirmam seus autores e os operadores que o usam para fins da economia nacional. No final de 2012, três anos antes do prazo anteriormente anunciado, a China ofereceu seus navegadores Beidou a usuários dos países da região. Foi lançado um desafio sério ao GPS americano, crê Konstantin Sivkov, especialista da Academia dos Problemas Geopolíticos:
“A China ofereceu este sistema aos países da Ásia, esperando que estes sejam seus aliados e, portanto, ela não se veja na necessidade de os desligar do sistema em caso de força maior. Mediante este sistema a China procura prender tecnologicamente os países asiáticos. Os Estados Unidos procedem exatamente da mesma maneira.”
Para evitar a dependência de qualquer terceiro país, geralmente se costuma utilizar vários sistemas de navegação, indicou Vladimir Evseev. Por isso, o Beidou não conseguirá desalojar do mercado asiático, digamos, o GPS americano:
“Presumo que os países asiáticos vão utilizar não só o sistema chinês mas também o americano e outros, o que os permitirá evitar uma desconexão total dos sistemas de navegação, por exemplo, em caso de conflito com a China. Eu acho que o Beidou será indubitavelmente um sistema paralelo. Mas outra coisa é que os países asiáticos tampouco querem depender totalmente dos EUA, visto que os EUA também os podem desligar de seu sistema.”
A China adquiriu um novo atributo de grande potência. Em 2020, seu sistema de navegação por satélite Beidou tornar-se-á global. Isso foi confirmado pela mídia oficial no último dia do plenário do Comitê Central do Partido Comunista da China, enfatizando o caráter ambicioso do projeto.
Fonte: Voz da Rússia
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