domingo, 8 de setembro de 2013

UM PERCURSOR DE DALI EM MOSCOU





A arte de Pavel Chelischev é multifacetada, as suas obras místicas e filosóficas deram origem a muitas décadas de discussões entre os críticos de arte e colecionadores de todo o mundo. A galeria Nashi Khudozhniki (Os Nossos Pintores) apresenta uma coleção de trabalhos que refletem todas as etapas da evolução deste pintor original.

As obras do notável representante da emigração artística russa e clássico do modernismo do século XX Pavel Chelischev eram durante muito tempo desconhecidas do público russo. É um paradoxo: os seus quadros estão presentes em coleções de museus europeus e americanos como a Tate Gallery, em Londres, o Centro Georges Pompidou, em Paris, ou os Museum of Modern Art (МoМА) e Metropolitan Museum of Art em Nova York. Eles são cobiçados por colecionadores de todo o mundo, mas na sua terra natal, até há pouco tempo, só se conhecia um único quadro, “Fenômenos”. Em 1958, ao executar o testamento do pintor, o seu amigo e mecenas Lincoln Kirstein entregou esse quadro como donativo à Galeria Tretiakov de Moscou, onde ele permaneceu no depósito durante longos anos.

A situação se alterou em 2006, quando se realizou a primeira exposição individual de Pavel Chelischev na Rússia. Natalia Kurnikova, colecionadora e proprietária da galeria Nashi Khudozhniki, trouxe a Moscou uma coleção de quadros seus. O pintor, que era admirado pelos melhores mestres do início do século XX, que era apelidado pelos peritos como “percursor de Dali”, é finalmente conhecido na sua pátria.

A obra de Pavel Chelischev não é fácil de classificar: ele pintava em diferentes estilos, experimentava diversas técnicas, as suas experiências com o espaço e a cor pareciam revolucionárias e a sua fantasia arrebatadora era surpreendente.

Konstantin Korovin, ao ver os primeiros trabalhos de Pavel Chelischev, se recusou a ser seu professor. O famoso mestre disse: “Eu não tenho nada para lhe ensinar. Ele já é um pintor.” Aos 22 anos de idade, Chelischev emigrou para a Europa e depois para a América. Ele não recebeu uma formação sistemática como pintor, mas durante toda a sua vida conviveu de perto com muitos pintores, escritores, críticos e pessoas do teatro notáveis, se interessou por astrologia e diversas doutrinas místicas.

A escritora americana Gertrude Stein, que colecionava trabalhos de muitos representantes da arte moderna, escreveu sobre Pavel Chelischev no seu livro “A Autobiografia de Alice B. Toklas” (1933):

“Esse jovem russo era bastante interessante. Ele pintava, ou pelo menos era o que afirmava, uma cor que não era cor e pintava três cabeças numa só. Picasso já desenhava então três cabeças numa. Passado algum tempo, o russo começou a pintar três figuras numa. Os trabalhos desse russo Chelischev eram os mais fortes do seu grupo e os mais maduros e os mais interessantes.”

Ele criava com a mesma facilidade obras abstratas e surrealistas. Na sua arte ele estudava a forma e o conteúdo dos objetos, do homem, do Universo, tentando retratá-los através de meios pictóricos.

Em 1947, o pintor escrevia à sua irmã Varvara: “Eu sou pouco compreendido tanto na América, como na Europa. Eu me afastei para longe do entendimento e sentido da vida humanamente normal e do relacionamento do homem no sentido do Universo e por isso me sinto bastante solitário.”

Os visitantes da exposição “Chelischev – Uma exposição a repetir”, que estará aberta até meados de outubro, terão uma oportunidade para tentar perceber a arte misteriosa de Pavel Chelischev.

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