quinta-feira, 24 de julho de 2014

COMO FUNCIONA A “CÚPULA” DE ISRAEL? - COM VÍDEO



Dada a relação tumultuada de Israel com seus vizinhos, o país toma algumas medidas de segurança bastante específicas. Uma delas é um sistema de defesa aérea contra foguetes disparados ao longo da faixa de Gaza. Para defender suas cidades, Israel implementou um sistema conhecido como a Cúpula de Ferro (ou Domo, ou Redoma).

O nome realmente é “Cúpula de Ferro”: trata-se de uma bateria antimísseis desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems, uma empresa de segurança de Israel.

Ela foi projetada para identificar e interceptar foguetes de curto alcance e morteiros a até 70 km de distância, à medida que eles voam em direção a áreas povoadas ao longo da faixa de Gaza. A primeira bateria foi instalada em 2011, na cidade de Beersheba.




A Cúpula de Ferro consegue fazer isso graças a um projeto de três partes:

- um sistema de radar feito pela israelense ELTA, que detecta os foguetes e monitora sua trajetória;

- uma estação BMC separada (sigla para “Gestão de Batalha e Controle de Armas”),

- a bateria de mísseis interceptores, conhecidos como Tamirs.

Os foguetes são primeiro detectados pelo radar, que monitora sua trajetória e a envia para uma estação BMC. Nela, há um software que estima a trajetória futura do foguete, e pessoas que fazem uma verificação dos dados: se parecer que o foguete vai atingir uma área povoada, a Cúpula de Ferro ativa uma bateria remota de mísseis para interceptá-lo.

A cúpula foi projetada para abater foguetes voando rumo a áreas residenciais, ignorando ogivas que provavelmente só cairão em terrenos vazios. Como nem sempre o Hamas usa foguetes de precisão, isso evita que Israel desperdice munição.


A Cúpula de Ferro usa mísseis interceptores Tamir especialmente feitos para essa tarefa. Eles medem cerca de 3 m de comprimento, com um diâmetro de 15 cm e peso de 90 kg. Cada um deles custa cerca de US$ 60.000: eles são equipados com sensores eletro-ópticos, um uplink de dados para receber correções de trajetória da estação BMC, e são detonados por um fusível de proximidade.

Curiosamente, os mísseis são programados para não atingirem o alvo: em vez disso, eles explodem à frente dele, efetivamente derrubando a ameaça do ar. O míssil leva até 15 segundos para chegar até o foguete do inimigo. Israel diz que cada bateria da Cúpula de Ferro pode proteger de um raio de aproximadamente 150 km².

A cúpula será complementada com mísseis Sling de médio alcance, para derrubar foguetes e mísseis de cruzeiro; por mísseis balísticos Arrow II, de longo alcance; e pelo sistema exoatmosférico Arrow III, que cuidará de mísseis balísticos intercontinentais. Além disso, Israel terá um Feixe de Ferro: um laser em estado sólido para superaquecer foguetes, morteiros e outros a até 7 km de distância.

Israel diz ter investido US$ 1 bilhão na expansão da cúpula, e os EUA ajudaram com mais US$ 200 milhões. O sistema, no entanto, não é perfeito. Ele precisa sempre receber informações de tráfego aéreo, para não derrubar aviões de civis por acidente; ele não protege áreas rurais, só cidades; e mesmo quando o míssil neutraliza um foguete inimigo, os restos podem cair no solo e ferir – ou até matar – os habitantes.


E talvez ele não seja tão eficaz. Israel diz que, desde 2011, seu sistema derrubou 87% dos foguetes disparados pelos palestinos. Mas a defesa contra mísseis é um ramo notoriamente obscuro. Por exemplo, o exército americano disse que o sistema de defesa aérea Patriot, usado na Guerra do Golfo em 1990, derrubou até 80% dos mísseis disparados pelos rebeldes iraquianos. Mas, depois da guerra, uma investigação comprovou que a eficácia real era de apenas 9%.

De um jeito ou de outro, a Cúpula de Ferro está sendo usada para fins políticos: Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, não precisa temer por uma retaliação dos palestinos, nem se apressar para firmar um acordo de paz.

Amir Peretz, ex-ministro da defesa, disse recentemente ao Washington Post: “se não tivéssemos o sistema, e os foguetes caíssem em Israel matando pessoas, então o exército israelense teria pouca escolha a não ser entrar em Gaza”. Peretz lembra, no entanto, que a Cúpula de Ferro é apenas um paliativo: “no fim, a única coisa que trará paz de verdade é uma solução diplomática”. 

Fonte: [Gizmodo US - Economist - Agência EFE/G1 - Atlantic]


Segue o link do Canal no YouTube e o Blog
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário