terça-feira, 5 de novembro de 2013

AS AVENTURAS BALCÂNICAS DO GÁS UCRANIANO


A imprensa ucraniana informou a opinião pública sobre mais um êxito de Kiev na sua luta pela independência do gás russo. Depois de terem falhado as tentativas de receber o gás através de “fornecimentos reversivos” através da Polônia devido aos seus elevados custos, o governo ucraniano pretende se conectar ao Corredor Adriático com esperanças de receber gás barato da linha balcânica. Esses sonhos não serão uma realidade.

Na reunião do Conselho da União Europeia, realizada a 25 de outubro, o ministro da Energia e da Indústria do Carvão da Ucrânia Eduard Stavitsky assinou um acordo que permitirá à Croácia comprar o gás no terminal para descarga de gás liquefeito, em construção, e transportá-lo através do sistema de gasodutos croata e húngaro para a Ucrânia. A capacidade nominal dessa via é de 5-6 bilhões de metros cúbicos por ano.

O projeto do Corredor Adriático resultou de uma iniciativa do comissário europeu da Energia Gunther Oettinger, famoso pela atribuição de verbas para gasodutos tão inúteis como o Yassi-Ungeni. Recordemos a essência dessa questão: o dinheiro europeu foi desbloqueado, houve cerimônia de cortar a fita, mas no dia seguinte à cerimônia de início da construção do primeiro troço os construtores romenos desapareceram simplesmente com os canos e os equipamentos. O dinheiro pago, os operários e a vergonha dos empreiteiros romenos estão sendo procurados pelos órgãos de supervisão, mas por enquanto sem resultados positivos.

É pouco provável que o Corredor Adriático possa ajudar de alguma forma a Ucrânia. Em primeiro lugar, na melhor das hipóteses, esse corredor começará a funcionar em 2017. Em segundo lugar, apesar de o projeto do terminal previsto para a ilha croata de Krk existir, não há, nem estão previstos, contratos para o fornecimento de gás por via marítima. A culpa disso é o diferencial nos preços do gás na Ásia e na Europa e que varia entre os 25% e os 50%. Isso considerando que as economias asiáticas estão em crescimento e que o início da exploração das usinas nucleares japonesas, segundo se prevê, não deve ocorrer a médio prazo. A conjuntura atual do mercado obriga todos os produtores de gás que podem escolher o seu mercado de escoamento a enviar o seu gás para a Ásia em vez da Europa, onde a quantidade de terminais e de projetos para terminais é várias vezes superior às previsões mais otimistas de acesso a um gás acessível.

Se no mercado realmente existissem volumes consideráveis de gás não contratado, a Ucrânia poderia perfeitamente tentar concluir a construção do seu próprio terminal em Odessa. Contudo, o governo ucraniano não tem nem o dinheiro, nem a possibilidade de encontrar gás.

A assinatura pela Ucrânia do acordo de compra de gás através do Corredor Adriático dará aos políticos ucranianos a possibilidade de continuarem a prometer aos seus eleitores, durante mais alguns anos, a libertação em breve do domínio da Gazprom. Quando esse projeto também ficar por realizar, Kiev irá inventar mais um conto de embalar para consumo interno.

Fonte: Voz da Rússia

Segue o link do Canal no YouTube e o Blog
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário