sexta-feira, 1 de agosto de 2014

OBSERVADORES INDEPENDENTES DEVEM ESTABELECER CRIMES DE ISRAEL, DIZ PERITO


O número de vítimas da atual operação de Israel na Faixa de Gaza já ultrapassou o de baixas palestinas durante a campanha israelense de 2008–2009 “Chumbo Fundido”. Segundo dados dos médicos que trabalham em Gaza, o número de mortos nas últimas três semanas da atual operação israelense atingiu as 1.450 pessoas.

Radji al-Surani, diretor do Centro Palestino de Direitos Humanos na Faixa de Gaza, analisou a situação na região em entrevista à Voz da Rússia.

– O que pode dizer da situação humanitária em Gaza hoje, três semanas depois do início da operação israelense?

– O que hoje ocorre na Faixa de Gaza pode ser caraterizado como catástrofe humanitária. É preciso assinalar que, antes do ataque israelense, as condições de vida no enclave já não eram boas devido ao bloqueio. Oficialmente, isso era motivado pelo desejo de enfraquecer o Hamas, mas os palestinos simples foram os primeiros a sofrer. 90% dos habitantes da Faixa vivem abaixo do limiar da pobreza, sendo que 85% vivem da ajuda humanitária internacional. Além disso, em 2009 e 2012, Gaza já fora vítima de ataques israelenses. A infraestrutura destruída durante esses conflitos não foi reconstruida até ao fim.

No que diz respeito à atual guerra, desde as primeiras horas que se tornou compreensível que o principal alvo de Israel são os habitantes simples de Gaza. 86% dos mortos devido aos ataques são civis, entre os quais a maioria são mulheres e crianças. Além disso, foram destruídas ou seriamente danificadas milhares de casas, Israel destruiu uma central elétrica. Segundo os nossos cálculos, 400 mil pessoas tornaram-se refugiados. Ou seja, um quinto foi obrigado a abandonar as suas casas. Penso que tudo isso não passa de um crime contra a humanidade.

– Segundo a mídia árabe, a Palestina apresentou queixa contra Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia. Pode confirmar essas informações? Pois, como é sabido, a Palestina não assinou o Estatuto de Roma de criação do TPI e de participação dos seus trabalhos.

– Desde a assinatura do acordo sobre a criação do TPI que fizemos tudo para que essa estrutura desse conta de nós. Depois do reconhecimento da Palestina como estado-observador junto da ONU, enviamos várias vezes ao presidente Mahmoud Abbas o pedido para que se juntasse ao Estatuto de Roma.

A propósito, quero recordar que o TPI não é um órgão a que se dirigem estes ou aqueles estados. A queixa pode ser apresentada por cidadãos que foram vítimas de umas ou outras ações de terceiras pessoas ou de Estados. Por isso exigimos das autoridades palestinas apenas que se juntem aos países participantes do TPI. Todas as restantes preocupações recaem sobre nós: defensores dos direitos humanos e advogados.

– Como avalia a recente resolução do Conselho da ONU para os Direitos Humanos sobre a situação em Gaza? Porque é que, segundo a sua opinião, não enviam para a zona de conflito uma comissão que investigue os já citados crimes de Israel?

– Discutimos a situação na Faixa de Gaza com Navi Pillay, Suprema Comissária da ONU para os Direitos Humanos, contamos o que se passa e convidámos-la a visitar o enclave palestino. Mas, infelizmente, a decisão de enviar uma comissão de investigação foi tomada com grande atraso e ela só deverá chegar à Faixa de Gaza em agosto. Esperamos que os crimes de Israel sejam estabelecidos por observadores independentes.

Fonte: Voz da Rússia

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