segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CASA DE COBRAS EM NOVOSSIBIRSK


O maior do mundo e o único na Rússia produtor de veneno de cobra encontra-se em Novossibirsk. O serpentário siberiano contem quase mil cobras. E conta com apenas dez colaboradores.

No serpentário de Novossibirsk o ano inteiro é verão: a temperatura é acima de 30 graus. A umidade é quase como nos trópicos. Muita luz. Para o conforto das cobras. Em tais condições elas dão muito mais veneno do que elaboram na natureza selvagem. Para cada 20 cobras há um “apartamento” de dois cômodos. Uma parte da “casa” é iluminada, a outra é escura, conta o herpetologista do Serpentário Siberiano Vassili Kokenko:

“A parte escura deve ser úmida. Ali elas podem deitar antes da muda, para que seu couro saia bem. Se elas precisam de um lugar mais claro e quente, elas rastejam para o outro compartimento. Podem aquecer-se debaixo de lâmpadas.”

Para a retirada de mais veneno os funcionários do serpentário cuidam da tranquilidade de seus tutelados. E tudo pode atrapalhar a tranquilidade. Por exemplo, a vibração ou cheiro. Os especialistas até mesmo desistiram da perfumaria. São proibidos os movimentos bruscos também. Os herpetologistas aconselham a não fazer gestos desnecessários.

Uma vez por semana cada cobra dá mililitros do precioso veneno. De fora parece simples: o funcionário pega a víbora, enrola em torno do braço, aproxima a taça e ela praticamente por vontade própria dá o veneno. Na realidade por trás deste processo estão anos de treinamento, explicam os herpetologistas. Inicialmente com cobra de brinquedo, depois morta e somente depois disto tudo é verdadeiro. Pois até mesmo uma cobrinha, que acabou de nascer, já é perigosa, diz Vassili Kokenko.

“É preciso pegar a cobra corretamente. A manipulação é com todos os cinco dedos. Tudo é feito em meio segundo, para que a cobra entregue o veneno mordendo a película na taça. É preciso não danificar a cobra, não quebrar sua mandíbula, para incomodá-la o mínimo possível. O cálculo é de parcela de milímetro. Caso contrário ela pode se virar e picar.”

Cada dia ordenham cerca de duas centenas de víboras. Os herpetologistas admitem: até agora sentem calor se o dente escorrega pelo dedo. Ele já foram picados e conhecem a sensação. Dor insuportável e tratamento intensivo. O veneno da víbora é muito tóxico, mas uma picada é insuficiente para matar uma pessoa adulta. Uma ou duas vezes por ano os répteis conseguem enfiar seus dentes no homem. Por enquanto sem sérias consequências.

O serpentário surgiu há 24 anos, juntamente no ano da Serpente. Desde então os moradores de Novossibirsk dominaram tanto a tecnologia que em eficiência ultrapassam seus colegas estrangeiros.

Acontece que se pode até mesmo domesticar a cobra venenosa. Para tanto basta tomá-la nas mãos várias vezes por dia. É verdade que é inútil chamá-la pelo nome: ela é surda. Mas se deixar passar um par de dias sem encontrar a víbora, ela pode se tornar agressiva e assustada.

O veneno obtido inicialmente é cristalizado – em várias etapas, com a ajuda de reagente especial, e depois enviado para companhias farmacêuticas russas e estrangeiras. Com a substância mortífera fazem preparados, que salvam vidas.

Parece que o próprio trabalho com víboras é salutar. O herpetologista Vassili Kokenko admite que desde que começou a trabalhar com cobras ele esqueceu para sempre o que é gripe e angina. Possivelmente o contato com víboras aumentou sua imunidade aos resfriados.

Fonte: Voz da Rússia

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