Após uma pausa de um ano, o aumento das atividades dos piratas somalis parece inevitável. Os piratas estão na expectativa de que a calmaria leve à redução de despesas com a proteção e o seguro de navios e embarcações que, em breve, deverão sair para o mar, escreve o portal analítico Strategypage.
Desde 2005, os piratas somalis perpetraram 149 sequestros, tendo auferido um resgate superior a 300 milhões de dólares. Todavia, há dois anos, os ataques se tornaram mais raros e depois terminaram. O último incidente ocorreu há mais de um ano. O fim das capturas ilícitas se deve às drásticas medidas tomadas pela comunidade mundial. Pela primeira vez na história do direito internacional, foi dada a permissão de perseguir os piratas e empregar a força tanto no mar, como na terra. As águas do Índico têm estado patrulhadas por uma frota internacional composta de 20 navios militares de vários países, incluindo da Rússia. Antes, os alvos preferidos dos piratas – petroleiros, navios para transporte de carga seca e navios de carreira – já haviam adotado uma guarda bem munida e preparada.
As despesas adicionais relativas à proteção e às elevadas somas de seguros estão ser compensadas por altas tarifas de transporte de mercadorias, o que provoca sérios problemas com a fretagem. Tal não se pode prolongar por muito tempo, visto que, aos poucos, a navegação deixa de ser um negócio vantajoso tanto para as companhias de seguros, como para muitas outras entidades privadas e públicas, reputa Piotr Osichansky, dirigente do sindicato de marinheiros de Vladivostok.
"Quando tiverem ocorrido certas mudanças estruturais conducentes à redução dos lucros, poderão voltar a surgir receios de novos ataques. Creio que não haverá sequestros de grandes proporções, como foi no caso do petroleiro Moskovsky Universitet, capturado em 2010, mas daqui a um ano e meio, os ataques serão mais frequentes."
A verdade é que, nos últimos anos, a situação tem se alterado: uma parte de cargas vai do Sudeste Asiático para a Europa pela Rota Marítima do Norte. Claro que se trata de uma via dispendiosa, mas menos cara do que a navegação pelas perigosas rotas perto do litoral da Somália. Os mais afetados, neste caso, têm sido os que costumam viver à custa de impostos pela passagem de navios na direção sul, por exemplo, pelo canal do Suez. Eles estão interessados em que os navios retomem as habituais rotas, prontificando-se até a conter a atividade crescente dos piratas, se tal acontecer. Por isso, será nivelado, até certo ponto, o esperado crescimento dos ataques, admite o perito.
Por outro lado, a fonte de ameaças não se esgotou. A solução do problema da pirataria previa, entre outras coisas, a prestação de ajuda internacional ao povo da Somália que, apesar de tudo, continua vivendo na miséria, enquanto o país, desde o início da década de 90 do século passado, se mantém praticamente dividido, constata Vasili Gutsulyak, do Instituto de Estado e Direito da Academia de Ciências.
"A Somália tem sido dirigida por um governo provisório, que consegue controlar apenas uma parte do território do país. A supervisão será efetivamente reduzida quando um governo normal estiver no poder, sendo, ainda por cima capaz, de exercer o controle sobre as águas territoriais."
Mas, até hoje, tudo está na mesma e as condições propícias para a pirataria não desapareceram. Os combatentes locais, com avolumados prêmios pela libertação de navios capturados, gozam de elevada reputação de heróis nacionais, que inspiram conterrâneos a levar a cabo proezas semelhantes. Agora, os piratas aguardam a diminuição de tarifas de transporte de cargas. Vão aproveitando a trégua para "afinar sua mestria", atacando embarcações locais relativamente pequenas, sem seguros. Tais sequestros, praticados, sobretudo, para a revenda de navios e cargas roubadas, não chegaram a parar. É que a comunidade mundial conhece muito pouco sobre tais incidentes.
Fonte: Voz da Rússia
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