Os interessados na Romênia podem certificar-se brevemente de como é “agradável” descansar em praias nas proximidades de uma base militar. Turistas em Chipre podem partilhar sentimentos que experimentaram este verão, tomando sol num balneário da cidade cipriota de Pafos, quando um golpe contra a Síria vizinha parecia iminente. Todos olhavam atentamente para o horizonte marítimo, esperando um golpe de resposta contra Akrotiri, próxima base militar do Reino Unido.
Está previsto transformar o porto romeno de Constança, animado centro turístico, numa base militar de transporte da Força Aérea dos EUA. Cargas americanas destinadas para o Afeganistão serão transportadas através do aeródromo da cidade. Constatando o fato, o encarregado interino de negócios dos EUA em Bucareste, Duane Butcher, declarou que o seu país considera a Romênia como “um dos melhores amigos e aliados mais fiéis”. A caraterística parece imponente, levando em conta que estas palavras dizem respeito a um dos mais pobres membros da família europeia. Ninguém renuncia à necessidade de abrir pontos de baldeação para apoiar a operação aérea no Afeganistão. Mas não será excessivo o número de bases militares da OTAN no mar Negro? Dmitri Danilov, chefe da seção de segurança europeia do Instituto da Europa da Academia de Ciências, comenta a situação:
“Os Estados Unidos e a OTAN têm por tarefa reformatar sua presença no Afeganistão na véspera de 2014, ano da retirada de seu contingente militar do país. A Rússia preocupa-se muito com o decorrer deste processo. Onde aparecerão novas bases, como será efetuada a preparação combativa, como serão realizadas manobras militares? Neste contexto, é importante discutir o aparecimento de novos pontos de infraestrutura militar de baseamento avançado em proximidade imediata da fronteira da Rússia. A meu ver, este tema deve ser centrado no quadro do Conselho OTAN-Rússia. Falamos reiteradas vezes sobre a nossa preocupação face à instalação de estruturas militares da aliança perto das nossas fronteiras.
Quanto ao nível de crescimento do potencial da OTAN na região do mar Negro, a abertura de mais uma base militar no mar Negro, nomeadamente em Constança, torna ainda mais difícil o diálogo complexo da Rússia com os países da OTAN.”
Entretanto, os Estados Unidos já estão transferindo forças da base quirguiz de Manas para o aeroporto de Constança. Os quirguizes contam as perdas. Num ano, os EUA gastavam 60 milhões para a manutenção da base e mais 140 milhões de dólares pagavam ao Quirguistão pelo fornecimento de alimentos. Militares americanos deixavam anualmente mais de dois milhões de dólares em bares e restaurantes situados em torno da base. Ainda não se conhece quanto custará Constança. Na imprensa apareceu uma soma de 50 milhões de dólares. Um voo do porto romeno para Cabul será em cinco vezes mais longo e esta via de trânsito não será a melhor. “Mas, com certeza, a manutenção da base no território do "melhor amigo da América" custará menos aos Estados Unidos, o que, a meu ver, não foi o último argumento a favor da seleção de seu ponto de disposição”, aponta o perito.
Fonte: Voz da Rússia
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