Em 17 de novembro, durante a aterrissagem, um Boeing-737 da Tatarstan Airlines, que se dirigia a Kazan procedente do aeroporto moscovita de Domodedovo, se despenhou no aeroporto de Kazan. A bordo da aeronave se encontravam 44 passageiros e 6 tripulantes. Ninguém sobreviveu. As versões da catástrofe e as causas de situações de emergência foram analisadas, em entrevista à Voz da Rússia, por Viktor Zabolotsky, piloto experiente e presidente da Associação de Amadores de Aviação.
O nosso ilustre interlocutor, com 50 anos de experiência, admite que o acidente trágico tenha sido causado peloestol, ou seja, pela perda de sustentação, razão pela qual o avião se virou e acabou por cair seguindo a trajetória quase vertical:
"A situação de estol pode ocorrer em qualquer altura quando a aeronave vai perdendo a velocidade, sendo sujeito a uma ligeira sobrecarga. Neste caso, a perda de sustentaçãose deu no decurso da subida para a segunda volta. Por que? Dizem que os pilotos não ligaram o motor de arranque. Tinham tentado pousar em regime manual, mas, sem motivos óbvios, não chegaram a averiguar o funcionamento do motor."
Entretanto, Zabolotsky chama a atenção para o fato de os acidentes trágicos como esse terem acontecido perto da terra: durante o pouso ou na decolagem. Por isso, todos os casos merecem ser examinados em conjunto, com particular destaque para a interação da tripulação com os serviços terrestres, apreciando ainda os métodos de preparação de pilotos e o sistema de controle do estado técnico de aviões.
Quanto a esse último aspecto, o perito contatado pela nossa emissora, salientou "não existirem aviões obsoletos", existindo apenas os engenhos "em bom ou mau estado, isto é avariados". Todavia, o acidente mais recente deixou em aberto muitas dúvidas:
"A aeronave acidentada tinha trocado sete donos. Uma vez teve de efetuar aterragem de emergência, tendo-se avariado os chassis e outros elementos. Depois o avião passou pelas obras de reparação. Acho que, após tal reparação, nenhuma companhia aérea normal teria admitido novos vôos com passageiros a bordo. É que tais aviões se usam para o transporte de cargas."
Não foi por acaso, acrescenta Zabolotsky, que este Boeing tenha sido vendido pela companhia Linhas Aéreas da Bulgária, penúltima proprietária da aeronave. Existem, pois, "aviões doentes" em que periodicamente ocorrem pequenas falhas técnicas e que, por esta razão, têm que ser desalistados.
Falando do nível de preparação de pilotos, Zabolotsky apontou para certos "pontos fracos", característicos ou típicos para companhias aéreas pequenas. No seu avaliar, três maiores companhias russas – Aeroflot, Transaero e Sibir (Sibéria) dispõem de sistemas de preparação e licenciamento de quadros. Trata-se, no essencial, de um sistema quase idêntico ao que existia no Ministério da Aviação Civil da URSS. Mas as companhias de pequeno porte não têm meios para sustentar tais centros importantes.
A falta de quadros qualificados poderia ser suprida se fosse restabelecida a rede de clubes aéreos que tinham constituído uma fonte de preparação de futuros pilotos da aviação civil e militar. Tais instituições costumam fazer uma meticulosa seleção de candidatos, proporcionando aos seus alunos-membros a formação básica. Com os conhecimentos básicos de pilotagem, eles rapidamente se livram da ilusão de os equipamentos modernos poderem garantir-lhes "cinco vidas" como se fosse num jogo de computador.
Fonte: Voz da Rússia
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