quarta-feira, 4 de setembro de 2013

BRASIL E MÉXICO QUEREM QUE ONU DEBATA ESPIONAGEM POR PARTE DOS EUA


O Brasil e o México ameaçam apresentar a questão de espionagem, praticada pelos serviços secretos americanos, na ONU. Esta decisão foi tomada depois da transmissão pelo canal de televisão brasileiro Globo de um material sobre a monitoração de conversas telefônicas dos presidentes do México e do Brasil.

O nosso correspondente Aleksei Lasarev informou o seguinte:

Esse programa causou um enorme escândalo e fez o governo brasileiro classificar a espionagem dos Estados Unidos como violação à soberania do Brasil. Foram monitorados telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff e de seus assessores. Nesta segunda-feira foi convocada uma reunião de emergência com ministros, e o Itamaraty exigiu do embaixador americano no Brasil explicações por escrito. Foi divulgada a informação de que a presidente Dilma poderá até suspender o encontro oficial com o presidente dos EUA Barack Obama marcado para outubro.

Os desmascaramentos, a que se refere a Globo, têm como base os materiais secretos transmitidos pelo antigo analista da Agência Nacional de Segurança dos EUA Edward Snowden. Estes materiais tornam evidente que a presidenta do Brasil Dilma Rousseff virou alvo direto dos espiões americanos. Os documentos publicados evidenciam também que o presidente do México Enrique Peña Nieto foi na mesma medida uma vítima da espionagem americana. O pessoal do Agência Nacional de Segurança dos EUA teve acesso a conversas telefônicas e cartas de Peña e dos seus futuros ministros ainda durante a sua campanha eleitoral.

O Ministério das Relações Exteriores do México solicitou, por intermédio do embaixador Anthony Wayne, que o governo de Barack Obama "leve a cabo um inquérito detalhado dos fatos de espionagem contra o atual presidente Enrique Peña Nieto".

Tanto o Brasil, como o México ficaram indignados não tanto com a espionagem contra o chefe de Estado, como com o fato de que a "monitoração" era efetuada nos Estados que são "parceiros próximos e, inclusive, aliados dos EUA". O México condenou decididamente a espionagem praticada contra os seus cidadãos e avaliou estas ações como ameaça à soberania nacional. O ministro da Justiça do Brasil José Eduardo Cardoso ressaltou que a "espionagem em relação ao chefe de Estado é inadmissível". Falando a propósito, Cardoso discutiu na semana passada com os norte-americanos em Washington os fatos de espionagem, que tinham sido revelados ainda em junho, depois de Snowden ter feito numerosos pedidos de asilo político. Na opinião do ministro da Justiça brasileiro, as respostas dos responsáveis americanos "tiveram um caráter superficial".

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, declarou à televisão local que os EUA utilizam na qualidade de camuflagem os slogans de combate ao terrorismo, procurando, na realidade, desestabilizar a situação em muitos países da América Latina.

"Semelhantes ações não podem ser avaliadas de outra maneira senão como violação grosseira dos direitos do homem. É inadmissível que qualquer cidadão, qualquer pessoa num certo país, seja vigiado. Isto põe em perigo a economia, a política e a segurança em geral. Para que se faz tudo isso? Vamos perguntar aos EUA. Como se pode falar do terrorismo se os serviços secretos minam com as suas ações os países internamente? Reparem: não um mas muitos países souberam que os serviços secretos americanos atuam contra eles: não nos agrada um certo político, um certo governo, vamos monitorá-lo e num momento adequado vamos eliminá-lo."

Eis o que nos escreve o nosso ouvinte chileno José Montero Aedo:

"É evidente, como nos afirma a Chancelaria Brasileira, que a espionagem estadunidense contra a presidenta do Brasil Dilma Rousseff é inadmissível, viola todas as regras de coexistência sadia entre os líderes de diversos Estados. Mas o que podemos fazer contra a preponderância estadunidense? Apenas nos resta engolir os desatinos que cometem em tantas partes do mundo."

Há dois meses, os dirigentes de alguns Estados latino-americanos também manifestaram a sua indignação com os fatos de espionagem eletrônica por parte da Agência de Segurança Nacional. Em agosto, os chefes da Colômbia e do Brasil reclamaram diretamente ao secretário de Estado Kerry durante a sua visita a estes países. As respostas do secretário de Estado mais pareceram “desculpas esfarrapadas”: "sim, compreendemos as vossas queixas mas as ações do serviço de inteligência americano não ultrapassam os limites da lei e são indispensáveis para garantir a segurança global".

Depois de semelhantes declarações sempre se impõe a mesma questão: por que razão os EUA mantêm cada vez mais frequentemente a segurança com rajadas de artilharia e eliminação dos estadistas que não lhe convêm? Os exemplos estão à vista de todos. Ora, o número de terroristas de todos os matizes apenas aumenta depois destas "garantias de segurança".

Fonte: Voz da Rússia

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