Hoje vamos falar sobre um pequeno análogo moscovita do triângulo das Bermudas. É a Clareira dos Silvanos – um lugar misterioso no nordeste da capital.
Ela se encontra em um dos parques preferidos dos moscovitas – a Ilha dos Alces (Losiny Ostrov). Todos os que passeiam lá com crianças procuram evitar esse local: sua reputação é muito ruim.
Segundo as lendas locais, esse é um local encantado. Ali dominam os silvanos (espíritos ou deuses da floresta, que confundem as pessoas, entre os povos eslavos são conhecidos por adquirirem formas vegetais, humanas ou serem invisíveis). As pessoas andam em círculos e não conseguem sair. As aves e outros animais também não se instalam ali, e a grama está sempre seca e queimada. O ponteiro da bússola não consegue indicar a direção necessária, pois gira sem parar em torno de seu eixo. O local está sempre coberto por uma espessa neblina.
Conta o morador local, o aposentado Valentin Grachyov:
“Quando eu ainda era criança na Clareira dos Silvanos desapareceram dois meninos vizinhos. Durante muito tempo eles foram procurados mas não os encontraram. Eu moro perto do parque, por isso vou passear lá com frequência, às vezes canto ao ar livre. Nem todos gostam de ouvir, por isso, certa vez, eu sai do atalho e decidi entrar no bosque.”
Cantando uma de suas romanças preferidas, o aposentado não notou que em torno tudo estava silencioso. Não se ouvia o cantar dos pássaros, nem insetos, apesar de ser então o início do verão. Ele foi parar na clareira onde, para sua surpresa, a grama estava já totalmente amarela, murcha apesar de ser junho. A zona à volta estava coberta de uma leve neblina. O homem entendeu que estava na Clareira dos Silvanos e apressou-se a sair dali. Ele recorda:
“Mas não foi fácil. É verdade o que dizem que lá andamos em círculos. Começava a escurecer, a neblina tornou-se cada vez mais densa e eu não conseguia sair de lá. A comunicação por telefone não funcionava, não completava a ligação. Graças a Deus passou por lá um destacamento da polícia, que me ajudou a deixar este local ruim. É verdade o que dizem que lá ocorrem coisas diabólicas.”
Oksana Semenova, cujo irmão trabalha na polícia local, confirma que todos os meses ocorre grande quantidade de chamadas da Clareira dos Silvanos.
“Meu irmão contava com frequência que este local devia ser patrulhado com especial cuidado. Os marginais satanistas gostam muito dele. Em todo parque a Clareira dos Silvanos é o único local onde a quantidade de crimes é muito maior do que em outros. Ali com frequência somem pessoas de modo surpreendente. Certa vez, encontraram duas mulheres que não conseguiam sair de lá durante três dias. Também não conseguiam pedir ajuda por telefone – as ligações não funcionavam.”
O conselho para aqueles que pretendem verificar por experiência própria o que acontece na Clareira dos Silvanos: no caminho não se esqueçam de deixar atrás de si um rastro com migalhas, como João e Maria. Então haverá chance de sair sozinho de lá.
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