A Universidade de Harvard entregou os prêmios anti-Nobel, também chamados de Ig Nobel. As distinções pelas descobertas científicas mais absurdas ou improváveis foram atribuídas em 10 categorias: Física, Biologia, Astronomia, Psicologia, Química e outras.
Foram destacadas descobertas como camundongos que ouvem ópera, escaravelhos que se orientam pelas estrelas, assim como o estudo das particularidades do processo digestivo do musaranho. Os laureados incluem não só cientistas, mas também políticos. Assim, o prêmio anti-Nobel da Paz foi para o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Centenas de aviões de papel voltaram a voar sob o teto do Sanders Theatre da Universidade de Harvard. Os espectadores cumpriram a tradição de os lançar contra o apresentador que inaugurou, no palco, a cerimônia com o discurso solene mais curto de todos os possíveis. Ele era composto por apenas duas palavras: “Welcome, welcome”, ou seja, “Bem-vindos”.
Este é já o 23º prêmio Ig Nobel, mas parece que a cada ano os galardoados são cada vez mais interessantes. Desta vez os primeiros a pisar o palco para receber o prêmio de um martelo e 10 triliões de dólares retirados de circulação foram os camundongos. Claro que não eram verdadeiros - eram cientistas japoneses e chineses vestidos com fantasias de pelúcia. Eles foram galardoados na categoria de Medicina pelo estudo do impacto que tiveram sobre roedores que tinham sido sujeitos a transplante de coração. Inspirados pelo seu trabalho científico, os pesquisadores executaram um trecho da Traviata de Giuseppe Verdi. Mas essa atuação durou muito pouco tempo. Pouco depois de começarem, eles foram interrompidos pela Miss Sweetie Poo, de oito anos, com as palavras: “Parem, por favor! Estou aborrecida.”
Nessa noite ela interrompia todos os oradores que se excediam. Não havia nada a fazer, os prêmios Ig Nobel têm um regulamento rigoroso em que cada discurso não pode durar mais de um minuto. Esse parâmetro temporal é obrigatório mesmo para os verdadeiros laureados com o Prêmio Nobel que entregam os galardões aos seus colegas menos bem-sucedidos. Contudo, seria errado considerar a entrega dos prêmios anti-Nobel exclusivamente como uma paródia, diz o jornalista e vencedor de muitos jogos mentais Anatoli Vasserman, pois até o físico Andre Geim, Prêmio Nobel da Física em 2010, já chegou a receber este prêmio.
Os russos Geim e Novoselov receberam primeiro o prêmio Ig Nobel pelos experimentos com voos num campo magnético de rãs congeladas. Eles também estavam pesquisando outras coisas aparentemente absurdas, como passar grafites de lápis sobre fita adesiva e depois investigar os vestígios que ficavam sobre a fita. Foi assim que Gein e Novoselov descobriram uma nova forma de existência do carbono – o grafeno. Esta descoberta valeu-lhes o Prêmio Nobel.
Na sua essência, o Prêmio Nobel está atrasado várias décadas em relação à vida científica: é preciso demasiado tempo para ponderar todos os argumentos a favor e contra quando se trata de um reconhecimento científico tão importante. O prêmio anti-Nobel, pelo contrário, é bastante atual. Aliás, este ano mais um cientista russo, Yuri Ivanenko, foi galardoado com este prêmio. Ele demonstrou, em conjunto com outros cientistas, que se a lua tivesse água, o homem poderia caminhar sobre ela.
Outra descoberta foi realizada na categoria "Teoria das Probabilidades". Cientistas escoceses conseguiram tirar uma conclusão inabalável depois de 20 anos de investigações: “Quanto maior for o tempo que uma vaca está deitada, maior será a probabilidade de ela se levantar.” Entre as outras sensações se destacam as incríveis capacidades de navegação dos escaravelhos. Investigadores da Suécia, Alemanha, Austrália e África do Sul demonstraram que eles, se se perderem, encontram o caminho de volta se guiando pela Via Láctea. Também houve o experimento com a deglutição de um musaranho, cuja finalidade era descobrir quais os ossos desse animal que não são digeridos pelo homem. Isso valeu aos cientistas Brian Crandall e Peter Stahl o galardão na categoria "Arqueologia".
A cerimônia de entrega dos prêmios contou com a presença de todos os galardoados, exceto o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko. Ele recebeu o prêmio Ig Nobel da Paz pela proibição dos aplausos em público. Esta é uma história já com dois anos, desde que as pessoas descontentes com a política das autoridades protestavam batendo palmas. Muitos dos que protestavam foram detidos por aplaudirem. Entre eles estava um deficiente, recorda o jornalista Pavel Sheremet.
“Lukashenko poderá receber o prêmio anti-Nobel todos os anos. Esse caso em que foi detido um homem que só tinha um braço por protestar com aplausos, eu sinceramente nem tenho vontade de rir.”
O anúncio do vencedor dessa categoria foi o momento mais sério e mais silencioso da cerimônia. Nenhum dos presentes na sala se decidiu a aplaudir Alexander Lukashenko.
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