quinta-feira, 28 de maio de 2015

BRASIL: SURPRESAS NEM TÃO SURPREENDENTES NA FIFA: MARIN E MAIS 6 DIRIGENTES SÃO PRESOS


A maior surpresa dos acontecimentos é sua demora em acontecer. Faz muito que denúncias do gênero rondam a entidade máxima do futebol mundial.

A operação pareceu organizada com a precisão de um relojoeiro. Pudera, foi na Suíça.

Um pouco antes das seis horas da manhã mais de uma dúzia de policiais entraram no hotel Baur au Lac, em Zurique, solicitaram as chaves mestras na portaria, e a seguir invadiram seis quartos e deram voz de prisão a seus ocupantes. Estes foram retirados discretamente pela porta dos fundos, cobertos por mantas e lençóis, e levados a carros com janelas cobertas.

Eram os seis alguns dos conselheiros da FIFA que deveriam participar do Congresso da entidade, a ser aberto na quinta-feira, e que na sexta deverá ou deveria reeleger Sepp Blatter como seu presidente.

Mais tarde um sétimo conselheiro foi detido. Há ainda outros sete na mira das detenções, e mais de uma dezena de outros vem ser no mínimo ouvidos, talvez o próprio Blatter. No momento em que redijo estas notas há informações de que o FBI norte-americano estaria dentro do escritório da Concacaf, braço da FIFA para a América do Norte e a Central, em Miami, como parte da mesma operação.

Na verdade, a operação partiu do FBI. Há três anos ele vinha recolhendo informações sobre a FIFA, em particular a Concacaf. As acusações são muitas. A menos grave seria a de sonegação de impostos. As outras envolvem recebimento e pagamento de propinas, fraudes, extorsão e lavagem de dinheiro. O valor estimado é de 100 milhões de dólares.

O pagamento/recebimento de propinas seria relativo à escolha da Rússia e do Qatar como sedes respectivas das copas de 2018 e 2022. É verdade que há muita dor de cotovelo envolvida no meio, com as entidades futebolísticas europeias e sua mídia inconformadas com quatro escolhas sucessivas de sedes fora do Velho Continente e alijadas, portanto, dos benefícios decorrentes.

Mas deve-se registrar também que a maior surpresa dos acontecimentos é sua demora em acontecer. Faz muito que denúncias do gênero rondam a entidade máxima do futebol mundial. 

Há pressões para que Blatter adie a escolha (sua confirmação) do futuro presidente da entidade pelos próximos quatro anos. Ele enfrenta a oposição do príncipe jordaniano Ali Bin al-Hussein, que se declarou consternado e chocado pelas denúncias.

Mas um porta-voz da FIFA, Walter de Gregorio, anunciou que não existe esta possibilidade, nem de que as decisões sobre 2018 e 2022 sejam revistas.

A propósito, um dos detidos é José Maria Marin, ex-governador de São Paulo (o penúltimo, durante dois anos), ex-político do DEM, então PFL, ainda dirigente da CBF, onde muita gente deveria por as barbas e as carecas de molho.

Também a propósito, até o momento nenhuma das denúncias envolve o Brasil e a Copa no Brasil. Não adianta, portanto, as oposições quererem envolver a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula na questão. Embora certamente vai haver gente querendo fazer isto.

E ainda a propósito, registremos uma ironia. Neste mundo tomado pela vertigem e pela ociosidade frenética e muito bem remunerada por dentro e por fora das finanças internacionais completamente desregulamentadas e fora do controle dos Estados e organismos internacionais, onde denúncias como a presente se tornaram moeda corrente, economias e mídias ortodoxas se preocupam de modo privilegiado com o valor das pensões dos aposentados gregos.

Fonte: Carta Maior

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