segunda-feira, 28 de outubro de 2013

LUIZ CARLOS CORREIA: "NOSSO OBJETIVO É FOMENTAR O COMÉRCIO EXTERIOR"




O vice-presidente da Federação de Câmaras de Comércio Exterior do Brasil (FCCE), Luiz Carlos Correia, concedeu uma entrevista exclusiva à Voz da Rússia, falando sobre a história do organismo e das suas perspectivas, inclusive da possível cooperação com a Rússia.

Voz da Rússia: Como é que foi formada a Federação, quem faz parte e qual é o seu objetivo principal?

Luiz Carlos Correia: Boa tarde a todos! É um prazer falar com vocês. A Federação das Câmaras do Comércio Exterior é uma das entidades mais antigas do Brasil no que tange às relações do comércio internacional. Nossa documentação remonta mais ou menos a 1932, onde tem os primeiros documentos relativos à fundação da Câmara. Ela é interrompida em função de um de dois países fundadores: Itália e Alemanha em função da Segunda Guerra Mundial, quando ela foi interrompida e volta em 1950, então, a data oficial de nossa da fundação é 1950, mas pela documentação remota é 1932. Temos realmente uma entidade histórica para representar o comércio exterior brasileiro.

Voz da Rússia: E quais são os principais países com quem a Federação mantem relações?

Luiz Carlos Correia: A nossa estrutura foi alterada recentemente pela nova presidência, que assumiu em 2011 com a morte do finado Sr. Sousa Lima. A Federação tem um modelo de estruturação voltado mais para o businesse as rodadas de negócios. Então, nós entendemos todos os associados como relevantes: seja de um país de menos poder econômico ou das grandes potências econômicas; são todos associados. Em termos de câmaras hoje estamos falando algo em torno de 70, e devemos terminar 2013 com 93 câmaras associadas à Federação. Este projeto consiste em todo um trabalho que está sendo reformulado para as federações, que vai refletir, então, os novos associados, e no modelo de que tem que ser feito para as câmaras de comércio atuais. E de países principais: Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia, Índia – todos são os principais associados, porque qual é o diferencial da associação junto à Federação? Que o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) e o MIDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) só reconhecem como entidades representativas institucionais do país aquelas que são efetivamente associadas à FCCE. E essa é a chancela que a Associação se compromete a dar nas relações bilaterais. Quer dizer, um conjunto mínimo de obrigações e deveres que a gente está se propondo a que exista uma câmara de comércio bilateral no Brasil.

Voz da Rússia: Como se organizam os eventos da Federação e quais são os eventos?

Luiz Carlos Correia: O nosso objetivo é fomentar o comércio exterior, então, desde seminários, palestras, acompanhamento de missões institucionais, missões diplomáticas que possam fortalecer o entendimento e as relações bilaterais. Vamos fazer no final de novembro deste ano um grande evento, lançar um projeto para os próximos 3 anos da nova diretoria, que consiste de um grande fato, eu diria, um tripé muito importante. Um em uma parceria com uma das maiores empresas do mundo, que nós fechamos agora, celebramos esse contrato com um grupo suíço, multinacional que vai nos dar uma estrutura que até então nós não tínhamos para promover os eventos, as rodadas de negócios junto aos associados. O segundo vai ser baseado em um novo modelo de gestão que a gente vai colocar as câmaras, onde a gente vai ter um caderno mais rigoroso em relação às obrigações e estrutura mínima das câmaras de comércio na qual a Federação vai oferecer a estrutura física, tecnológica, porém, cobrando um conteúdo de associados, um conteúdo de geração de negócios mínimo para poder se manter filiado da Federação. E um terceiro tripé em que a gente está apostando muito é o acordo que fechamos com uma maiores universidades do mundo, a Universidade Estácio Sá, que é uma universidade brasileira em quantidade de alunos, onde nós temos hoje todo um projeto que vai ser lançado em 2014 para capacitação de curso à distância. Então, o nosso grande projeto inicial é Doing Business in Brazil, onde nós colocaremos em algumas línguas estrangeiras em todas as câmaras de comércio no exterior, visando o entendimento do mercado brasileiro e fortalecimento das relações. A gente vai lançar isso em final de novembro e início de dezembro. A gente está totalmente preparada para esse grande desafio que abriria mais as portas do comércio brasileiro.

Voz da Rússia: Então, a Federação normalmente lida com câmaras por países ou também lida com empresas individuais?

Luiz Carlos Correia: Os grandes associados são as câmaras de comércio. Esse é o nosso foco. As empresas estão dentro das câmaras, e as câmaras estão dentro da Federação. O que a gente tem de fora das câmaras são as embaixadas e alguns consulados que têm essa figura em função de algumas estruturas entre as relações diplomáticas e comerciais. Esses são os nossos associados. Então, a gente recebe as empresas via câmaras. Dependendo do país a gente direciona a forma de comércio, mas a nossa relação não é direta com as empresas. Recebemos, apoiamos, podemos ajudar na estruturação do negócio no país: isso é muito comum, mas a gente sempre vê qual é o país e provocamos a câmara de comércio respetiva para orientarmos.

Voz da Rússia: De entre as línguas em que o curso será apresentado à distância o russo faz parte ou não?

Luiz Carlos Correia: Eu gostaria de fazer um convite agora a vocês que nos apoiassem nessa ideia. Logicamente, ela está nascendo nas línguas principais como português, espanhol, inglês. Agora está totalmente aberta a qualquer outra língua que a gente possa oferecer. Como o projeto inicial ele está nascendo com as línguas mais usadas no nosso aspeto internacional, mas ele será aberto a qualquer outro país, a qualquer outra especificidade, que pode ser feito com bastante facilidade.

Voz da Rússia: Em relação a eventos bilaterais, a Federação já fez alguns eventos diretamente com a Rússia, ou só faz com a Câmara Brasil-Rússia?

Luiz Carlos Correia: A Rússia hoje é um grande desafio para a Federação. Infelizmente, nesses últimos dois ou três anos não tivemos uma participação ativa, na qual definimos a função do contexto não só russo, mas da bandeira BRICS, que a gente entende como uma determinação, inclusive, em uma orientação do governo brasileiro que a Federação foque e apoia. Então, com certeza nós vamos criar toda a infraestrutura necessária. A questão da Rússia com os demais países dos BRICS vai ser um dos grandes investimentos que a Federação se prepara a fazer. Estamos indo a Brasília para alguns próximos dias para o Itamarati e o MIDIC. Já estamos mantendo contato com a Embaixada brasileira na Rússia, com a Representação Comercial para juntamente definirmos um plano de trabalho em relação aos nossos dois países.

Voz da Rússia: Luiz Carlos, agradeço pela entrevista e desejo os melhores êxitos!

Luiz Carlos Correia: Eu agradeço e espero com toda a sinceridade que essa relação só vem a crescer. Os dois povos têm uma grande afinidade. As questões comerciais podem ter um crescimento, realmente, muito interessante. Esperamos ter muito sucesso nesta relação, nesse ato de futebol. Grande abraço! Até logo!

Fonte: Voz da Rússia

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