quinta-feira, 31 de outubro de 2013

SUPOSTO ABUSO POLICIAL DESENCADEIA NOVA LEVA DE PROTESTOS NO BRASIL


Duas mortes, nos últimos meses, reacenderam a indignação e alimentaram a fúria de parte da população contra o já surrado sistema policial brasileiro.

O primeiro incidente, ocorrido na cidade do Rio Janeiro, vitimou Amarildo de Souza, supostamente torturado e assassinado por agentes dentro de uma base de segurança no dia 14 de julho. O ajudante de pedreiro de 43 anos sumiu após ser abordado por policiais militares de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade da Rocinha, uma das favelas cariocas mais famosas pelo mundo.

O segundo caso aconteceu no último dia 27, um domingo, quando outro policial militar atingiu com tiro no tórax um adolescente de 17 anos na capital paulista. Segundo testemunhas, Douglas Martins Rodrigues não estava armado; passeava nas imediações de casa em companhia do irmão de 12 anos quando foi surpreendido pela agressão. Morreu horas depois quando foi atendido no hospital.

Ambos os casos causaram clamor público, com todo o script que se espera de uma manifestação tipicamente brasileira ultimamente: marcha pacífica pelas ruas, seguida de um grupo mais radical que, por sua vez, acaba dando espaço para a baderna dos Black Blocs, a tropa de choque do exaltados, com direito a quebra-quebra de patrimônio público e confronto generalizado com a polícia.

Agrava-se a isso o fato de que, em São Paulo, a indignação da comunidade em que o rapaz foi assassinado, localizada nas imediações de Jaçanã, bairro pobre que ficou nacionalmente conhecido por ocasião de um clássico do samba, Trem das Onze, composto pelo músico Adoniran Barbosa na metade do século passado.

Diferentemente do caso Amarildo, adotado pela classe média, intelectuais e artistas cariocas, a história de Douglas incomodou seus vizinhos, e parece que apenas eles. Com isso, usando um jargão popular muito empregado no Brasil, "o couro comeu".

Segundo versão do policial, autor do disparo, preso em um presídio especial acusado de homicídio culposo (quando não há intensão de matar) o tiro foi acidental. Uma história que pareceu pouco crível para a população. Indignada, a população saiu às ruas no mesmo dia, incendiaram três ônibus, atiraram pedras em veículos, destruíram lixeiras e telefones públicos. Era somente um aperitivo do que estava por vir.

No outro dia, a vizinhança fretou sete ônibus para ir até o velório do adolescente. Cerca de 800 pessoas se aglomeraram nas calçadas e ruas perto do local. O comércio nas redondezas amanheceu fechado – parte por luto, parte por temor do que poderia acontecer. Preocupação que se demonstrou válida e então, por volta das 18h, após o enterro de Doulgas, os manifestantes decidiram paralisar a movimentação em uma importante rodovia que passa pelo bairro, a Fernão Dias, estrada que liga o estado de São Paulo a Minas Gerais. Neste momento teve início uma série de eventos que certamente entrarão para história como um dos mais tristes nos últimos tempos.

Os dois sentidos da rodovia foram fechados e ao menos seis ônibus intermunicipais e três caminhões foram incendiados. Manifestantes tomaram um caminhão-tanque e dirigiram na contramão. Eles também apedrejaram bombeiros, que precisaram de escolta quando tentavam apagar o incêndio em um ônibus.

Lojas foram saqueadas. Homens armados obrigaram passageiros e motoristas a descer dos veículos. Um homem foi baleado. O tumulto na estrada federal fez com que o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, ligasse para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Juntos, estabeleceram uma "ação conjunta" com o emprego da Polícia Rodoviária Federal. Noventa pessoas foram detidas.

Em meio a esta crítica situação podemos discutir as motivações que revoltam a população, nesse caso, os abusos da Polícia Militar.

Esta foi criada na época da Ditadura Militar com objetivo de reprimir os opositores do antigo regime e hoje precisa ser completamente revista, pois nota-se que a mesma ainda tem resquícios de um passado opressor.

Contudo, uma questão que assusta, e chama a atenção pela omissão das autoridades, é o recrudescimento de um ciclo vicioso, a paradoxal combinação de violência policial com a impunidade dos bandos para os quais ela serve de pretexto. É desesperador observar a violência que se repete semanalmente e, de fato, pouco ou absolutamente nada acontece os que abusam de autoridade.

Quando um policial é flagrado no não cumprimento de seus deveres não é punido ou mesmo quando vândalos não são punidos por violarem as leis, a única coisa que se pode esperar é que o circo seja armado outra vez e com mais força. A situação no Brasil não é das mais simples, e diante disso devemos ter consciência de que não basta apenas repudiar através de belos discurssos o que acontece, mas definitivamente punir vândalos e policias que não cumprem com suas funções, como é de direito.

Fonte: Voz da Rússia

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